Um avião comercial americano com 64 pessoas a bordo e um helicóptero militar que efetuava um voo de treinamento caíram no rio Potomac após uma colisão na quarta-feira 29 à noite nas imediações de Washington, anunciaram as autoridades.
“As duas aeronaves estão na água”, afirmou a prefeita da capital americana, Muriel Bowser, em uma entrevista coletiva na madrugada de quinta-feira.
“O voo 5342 da American Eagle, que seguia de Wichita, Kansas (ICT), para Washington (…) sofreu um acidente, com 60 passageiros e quatro membros da tripulação a bordo”, informou a American Airlines.
Em um vídeo publicado no site da companhia aérea, o CEO da empresa, Robert Isom, expressa “profundo pesar” pelo acidente, que aconteceu quando o avião estava a ponto de pousar no aeroporto Ronald Reagan.
O helicóptero era um modelo Black Hawk e estava com três militares a bordo, segundo uma fonte do exército dos Estados Unidos que não revelou mais detalhes.
O aparelho estava em um “voo de treinamento”, informou um porta-voz militar em uma mensagem publicada na rede social X pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth.
As autoridades da aviação civil não informaram oficialmente se a colisão deixou vítimas.
Na rede social X, o senador de Kansas Roger Marshall chamou o acidente de “pesadelo”.
Corpos recuperados
Apesar de ainda não existir confirmação sobre mortos, vários corpos foram recuperados do rio Potomac após a colisão, conforme registrou a imprensa norte-americana na madrugada desta quinta-feira.
O primeiro a noticiar o resgate de vítimas fatais foi o jornal Washington Post, que citou fontes que pediram anonimato. A publicação afirmou que a polícia começou a retirar vários corpos do rio Potomac, sem precisar o número de mortos.
O canal CBS News também citou uma fonte policial que afirmou que “pelo menos 18 corpos foram recuperados”. Enquanto a NBC informou que “mais de 12 corpos” foram encontrados, segundo duas fontes envolvidas na operação de busca.
“Fluxo de faíscas”
Uma testemunha, Ari Schulman, contou que estava dirigindo para casa quando viu o que descreveu como “um fluxo de faíscas” e algo parecido com fogos de artifício quando ocorreu a colisão.
“Inicialmente, eu vi o avião e parecia que estava bem, normal. Estava a ponto de pousar”, declarou ao canal CNN.
“Três segundos depois estava completamente inclinado à direita. Eu conseguia ver a parte inferior, estava iluminado com um amarelo muito brilhante, e havia um fluxo de faíscas embaixo dele”, acrescentou.
O aeroporto Ronald Reagan anunciou a suspensão de todos os pousos e decolagens.
Trump questiona
O presidente Donald Trump usou as redes sociais para criticar o fato de o acidente não ter sido evitado. “A noite estava clara, as luzes do avião estavam acesas, por que o helicóptero não subiu, desceu ou girou? Por que a torre de controle não disse a ele o que fazer em vez de perguntar se viu o avião?”, questionou. “Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada. Não está certo!”, escreveu, então, Trump na Truth Social.
Em uma declaração anterior, divulgada pela Casa Branca, e em um tom mais comedido, Trump disse que havia sido informado em detalhes do que havia acontecido e pediu a Deus que abençoasse os envolvidos.
Condições ruins dificultam o resgate
No local do acidente, policiais e bombeiros participam em uma operação de busca e resgate.
O comandante dos bombeiros de Washington, John Donnelly, afirmou em uma entrevista coletiva que “as condições são extremamente difíceis para os socorristas” devido ao “frio, vento forte e gelo” no rio.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou que mobilizou “todos os recursos disponíveis da Guarda Costeira dos Estados Unidos”.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram helicópteros sobrevoando o rio durante as buscas.
Perto do aeroporto, dezenas de luzes intermitentes foram ativadas nas margens do rio Potomac durante a madrugada.
Dezenas de caminhões de bombeiros também seguiram para o local, alguns com reboques que transportavam botes infláveis.
(Com AFP e DW)