
Uma autoridade de alto escalão do Irã confirmou à agência Reuters nesta segunda-feira (23) que o país aceitou o cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos. A trégua foi anunciada horas antes pelo presidente norte-americano Donald Trump, que afirmou se tratar de um acordo “completo e total” entre Teerã e Tel Aviv.
Apesar da declaração de Trump, o governo israelense ainda não fez nenhum pronunciamento oficial sobre o tema. O ex-presidente mencionou que ambos os lados teriam um prazo para finalizar “missões em andamento”.
De acordo com uma fonte ouvida pela agência de notícias, o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, atuou como mediador. Ele teria contatado líderes iranianos após Trump pedir ao emir do país ajuda para convencer o Irã a aceitar a proposta de cessar-fogo, sob a condição de que Israel também concordasse com a trégua.
Uma fonte da Casa Branca relatou que Trump discutiu o acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante a tarde. A posição de Israel seria condicionar a pausa no conflito à garantia de que o Irã não realizaria novos ataques. Em resposta, o Irã teria sinalizado que não planeja novas ofensivas.

O anúncio de Donald Trump foi feito nas primeiras horas da segunda-feira (23) por meio de sua rede social, a Truth Social. Na publicação, ele afirmou que o Irã e Israel haviam chegado a um acordo de cessar-fogo que entraria em vigor “em aproximadamente 12 horas”. A declaração surpreendeu observadores internacionais, especialmente diante da escalada recente no conflito.
A iniciativa ocorre em meio à campanha eleitoral nos Estados Unidos, o que levou analistas a questionarem se o gesto tem também motivações políticas. Trump busca demonstrar influência internacional e capacidade de negociação, atributos que ele tem destacado como diferenciais em sua tentativa de retornar à Casa Branca em 2025.
Embora a trégua tenha sido anunciada como um feito direto do ex-presidente, diplomatas próximos ao caso indicam que tratativas silenciosas vinham sendo conduzidas por países do Golfo, sobretudo o Catar. O uso de canais indiretos e a ausência de pronunciamentos oficiais imediatos por parte de Teerã e Tel Aviv levantaram dúvidas sobre a solidez e a duração do acordo.
A veracidade da informação também foi questionada inicialmente por veículos iranianos, como o Tehran Times, que chegaram a classificar o anúncio como “mais uma mentira” de Trump. No entanto, a posterior confirmação do lado iraniano à agência Reuters deu novo peso à declaração. Ainda assim, o silêncio de Israel até o momento mantém o cenário incerto.
Last Update: 23/06/2025