O corpo de Juliana Marins passará por uma nova autópsia ao chegar no Brasil. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou, na segunda-feira (30/6) que atenderá voluntariamente ao pedido da Defensoria Pública da União (DPU) e, assim, já comunicou a 7ª Vara Federal de Niterói sobre o novo procedimento. O pouso do avião com o corpo de Marins está previsto para esta terça-feira (1), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
“A AGU solicitou uma audiência urgente, com a DPU e com o estado do Rio de Janeiro, para definir a forma mais adequada de atender ao desejo da família. O pedido foi aceito pela Justiça e a audiência será realizada nesta terça-feira (1º/7), às 15h. A decisão de atender com urgência todos os pedidos dos familiares de Juliana partiu de uma determinação do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva”, destaca comunicado da Advocacia-Geral da União.
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A nova autópsia atende aos familiares, pois a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia, “não esclareceu o momento da morte após queda em trilha do vulcão Rinjani”, aponta a AGU, com base na sustentação da DPU. A certidão se baseia na autópsia feita pelas autoridades indonésias.
Conforme informado, a necrópsia no Brasil deverá ocorrer, no máximo, até seis horas após o pouso do avião da companhia Emirates para “garantir a preservação de evidências.”
Responsabilidades
A nova autópsia visa determinar quando, efetivamente, Juliana faleceu. No procedimento feito em um hospital na ilha de Bali, na quinta-feira (26/6), foi declarado que a morte aconteceu por “traumatismo por força contundente”.
A brasileira caiu na cratera do vulcão Rinjani no sábado (21/6), por volta das 6 horas do horário local. O seu corpo foi retirado por socorristas na quarta-feira (25/6).
A falta de consenso sobre o dia e a hora da morte intriga os familiares. Por meio de drones, a equipe de resgate indicou que a brasileira poderia já estar morta na segunda-feira (23/6), pois Juliana estava imóvel.
O médico legista, Ida Bagus Alit, disse à imprensa que a morte ocorreu na quarta-feira (25/6) cerca de 20 minutos após o início de uma grave hemorragia que pode ser decorrente de uma das sucessivas quedas que Juliana sofreu. Ela foi avistada em diferentes pontos da cratera, sendo que a primeira vez estava ainda com vida, a 200 metros do local da queda. O corpo dela foi resgatado a uma distância de 600 metros.
Este apontamento contrasta com a informação da agência de buscas e resgates da Indonésia, Basarnas, que afirmou que a morte ocorreu terça-feira (24/6).
Essas inconsistências serão apuradas pelas autoridades brasileiras para determinar se houve negligência por parte dos envolvidos no resgate para possível responsabilização civil e criminal.