Caiu por terra a falácia do discurso neoliberal que implantou a reforma trabalhista no Brasil em 2017 com a promessa de gerar seis milhões de empregos, mas que acabou elevando o índice de desemprego no país a quase 15% em 2021, além de aumentar a precariedade no mercado de trabalho.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas e Instituto Brasileiro de Economia (FGV-Ibre) divulgado nesta segunda-feira (17) mostra que sete em cada dez trabalhadores brasileiros autônomos desejam um emprego com carteira assinada e direitos, principalmente os mais pobres, e rejeitam a tese do empreendedorismo individual, fortemente defendida pelos neoliberais.

A herança maldita dos dois últimos governos de direita se configurou na precarização do trabalho, revertida com muito êxito pelo governo Lula, que em menos de um ano e meio de mandato alcançou recorde no número de trabalhadores empregados.

Somente em julho foram abertas 188 mil vagas com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou ainda que, de janeiro a julho, já foram abertas mais oportunidades de emprego com carteira do que durante todo o ano passado. No acumulado do ano, são 1,49 milhão de novas oportunidades de trabalho com carteira assinada, alta de 27,3%.

“Direitos foram retirados, empregos não foram gerados, trabalhos foram precarizados, a renda média da população encolheu, tudo como dizíamos que iria acontecer. Sete anos depois, a pesquisa da FGV demonstra a enorme insatisfação das pessoas com a reforma. Ter direitos e proteção é o que o povo precisa e uma das bandeiras pelo qual o PT sempre lutou”, postou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, em suas redes sociais.

A deputada lembrou que em 2017 o partido lutou muito contra o que ela classificou como o maior ataque neoliberal aos direitos dos trabalhadores, ocupou a mesa do Senado e denunciou o malabarismo intelectual da grande mídia, que inventou a tese do “trabalho intermitente”.

A queda contínua do desemprego desde 2023, hoje em 6,9%, contrasta com o que os brasileiros viveram nos anos dos governos Temer e Bolsonaro. Uma reforma que retirou direitos e massacrou trabalhadores sob a batuta de Paulo Guedes, o ministro banqueiro de Bolsonaro.

Informais vivem insegurança financeira

A parcela mais pobre da população brasileira é a que mais sonha em ter um trabalho com as regras da CLT. A pesquisa FGV-Ibre mostrou que 75,6% dos autônomos com renda de até um salário mínimo gostaria de ter um trabalho com carteira assinada, que significa direito a 13° salário, férias remuneradas, FGTS, assistência médica, vale-transporte, seguro-desemprego, licenças maternidade e paternidade, entre outros benefícios.

“A propalada bonança de novos postos de trabalho, no entanto, não ocorreu, e ficou só no discurso”, divulgou o Diap em publicação com o título “70% dos informais gostariam de ter carteira assinada, mostra FGV”.

Além da insegurança, insatisfação

Para o pesquisador da FGV-Ibre, Rodolpho Tobler, a reforma contribuiu para o aumento do trabalho flexível, “mas poucos ganham bem, e preferem a CLT”, disse ele à Folha.

Vagas precárias

A FGV revelou que, de julho de 2017 a junho de 2024, o número de autônomos cresceu 17%, passando de 21,7 milhões para 25,4 milhões. Elas migraram para a informalidade por alguma necessidade, não por desejo, na opinião do pesquisador Rodolpho Tobler, que alertou para a queda da produtividade porque muitos voltaram a trabalhar, mas não na área de seu interesse.

O enfraquecimento dos sindicatos e a permissão para que os empregadores negociassem sem os sindicatos resultou num desequilíbrio de forças que aprofundou a desorganização do mercado de trabalho, na análise do professor Dari Krein, que apontou o crescimento dos contratos de tempo parcial e o trabalho por conta própria.

PTNacional

 

 

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Última Atualização: 29/08/2024