Recentemente, discuti sobre as ameaças ao país que surgiram da extrema direita, que permaneceu forte apesar da derrota. Agora, essas ameaças se juntam à sabotagem contra o governo Lula por parte do mercado e da mídia, não necessariamente ligados à extrema direita. O fato é que observamos essa convergência de forças atuando de forma organizada para desestabilizar o governo.
Em outra arena, forjam uma “realidade paralela” para defender a higidez fiscal da economia brasileira, mantendo a taxa Selic alta. Isso cria empecilhos e desgastes para o governo e atende ao capital rentista, com efeitos negativos para a economia.
O inusitado é que para justificar as manobras, disseminam artigos e entrevistas projetando desgraças para a economia brasileira. Sim, para uma economia com indicadores sólidos, virtuosos, reconhecidos pelos investidores e organizações internacionais.
Criaram cenário tão ameaçador que impuseram resultado por unanimidade na decisão recente do Copom que manteve a Selic em 10.5%, colocando o Brasil com a segunda maior taxa de juros reais do planeta.
A manutenção dos juros básicos em 10.5% ao ano custa aos cofres públicos R$ 102 bilhões, conforme estimativas do próprio BACEN.
O crédito é o motor da economia capitalista. No Brasil, o crédito corresponde a 55% do PIB. No Chile, é 120% e nos EUA, beira 200% do PIB. A decisão pela manutenção dos juros básicos se opõe ao crescimento do comércio, da indústria e da economia como um todo.
Leia mais:
O presidente do Banco Central tem sido o principal interlocutor público dessa aliança. Com desenvoltura, tem operado diuturnamente para propagar o terror fiscal e deixar claro o seu alinhamento explícito às forças de oposição ao governo federal.
Artigo originalmente publicado