O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou, na quinta-feira 26, o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista para R$ 5. O valor será praticado a partir da 0h do dia 6 de janeiro, a primeira segunda-feira do ano de 2025.
O reajuste de 13,64% é o maior praticado nos últimos dez anos. O último reajuste do transporte público municipal foi registrado em 2020, quando a passagem passou de R$ 4,30 para R$ 4,40, sob o governo de Bruno Covas (PSDB). A inflação, no período, foi de 32%.
O aumento coincide com o maior repasse do governo municipal às viações como compensação tarifária. Em 2024, os valores chegaram a 6,7 bilhões, 14,5% a mais do que o registrado no ano anterior; é o maior montante em repasse praticado desde a pandemia.
Desde 2015, quando Fernando Haddad (PT) subiu a tarifa de R$ 3 para R$ 3,50, um reajuste de 16,67%, nenhum outro prefeito anunciou um percentual de reajuste tão alto de uma única vez no preço do transporte público municipal.
Em nota, a gestão municipal justificou que o aumento ficou abaixo da inflação acumulada no período.
“A atualização será de 13,6% e está bem abaixo da inflação acumulada desde a última mudança, em janeiro de 2020, na casa dos 32% de acordo com o IPCA. Caso a tarifa considerasse a recomposição da inflação, passaria dos R$ 4,40 para no mínimo R$ 5,84”, registrou a Prefeitura de São Paulo.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a declarar durante sua campanha eleitoral que o reelegeu à Prefeitura que não pretendia aumentar os custos das tarifas.
“Quem é o único prefeito que manteve a tarifa [de ônibus] por 4 anos? Sou eu. A tarifa zero no domingo também fui eu quem implementou. Com isso, a gente aumentou em 20% a presença nos parques”, disse à Rádio Bandeirantes na época. “Sou sempre a favor de manter a tarifa, o valor da tarifa é política pública de mobilidade e, por isso, mantenho a tarifa congelada. Eu não pretendo aumentar, não existe essa pretensão.”
Metrô e trens metropolitanos também serão reajustados em 4%
Após o aumento da Prefeitura, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) também anunciou aumento nas tarifas do metrô e trens metropolitanos a partir do dia 6 de janeiro.
O aumento no preço dos bilhetes de trem e metrô foi de R$ 0,20. A passagem, que custa R$ 5, vai passar para R$ 5,20, 4% a mais.
Para manter as tarifas sem reajuste, os usuários do Bilhete Único devem fazer o recarregamento até o dia 5 de janeiro. Após a data, já serão praticados os novos valores da tarifa comum. O novo valor da integração, para quem utiliza o Bilhete Único no ônibus e metrô, ainda não foi divulgado.
Serão mantidas a gratuidade no metrô/CPTM para usuários acima dos 60 anos de idade e pessoas com deficiência.
Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos disse que “o objetivo é garantir a eficiência e a segurança do sistema de transporte público, e o reajuste da tarifa é uma medida necessária para assegurar a continuidade desses padrões”.
