Nos primeiros cinco meses de 2025, o estado da Paraíba registrou um aumento nos assassinatos de mulheres enquadrados na qualificação do chamado “feminicídio”, totalizando 17 casos. Esse número já supera o de homicídios gerais contra mulheres no mesmo período, conforme dados da Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (SESDS). A violência crescente se desenrola em diversas cidades paraibanas, como Cajazeiras, Campina Grande e João Pessoa, evidenciando o fracasso das políticas de recrudescimento da repressão estatal na proteção das mulheres.
Apesar das leis que endurecem as penas para esses crimes, como a que incluiu a qualificante da motivação sexual no rol dos crimes hediondos em 2015 e a que o tornou um crime autônomo em 2024, a escalada da violência persiste. Em 2024, embora tenha havido uma queda em relação a 2023, o número de casos permaneceu alto, com 34 assassinatos enquadrados na lei.
O foco em medidas repressivas e no endurecimento da legislação, muitas vezes impulsionado por uma campanha identitário dedicada a desviar a atenção das raízes sociais da violência, não tem se mostrado eficaz para reverter a tendência de crescimento dos assassinatos de mulheres. Em vez de atacar as causas reais (sobretudo econômicas) que perpetuam a opressão da mulher, a política defendida pela esquerda pequeno-burugesa utiliza o problema das mulheres de forma demagógica, ajudando a aumentar o poder punitivo do Estado como solução.
Os números na Paraíba, no entanto, revelam a inutilidade dessa abordagem, que, na prática, fortalece o aparato repressivo estatal sem oferecer segurança real às trabalhadoras. A verdadeira solução para os problemas da mulher passa pela superação de seu atraso econômico, o que não está dissociado da opressão geral da classe trabalhadora e nem por acaso, será superada com a repressão dos trabalhadores.