Como parte de uma campanha de censura e perseguição na Internet e principalmente nas redes sociais, nos últimos dias, o Partido da Imprensa Golpista (PIG) vem dando destaque para uma série de prisões de jovens suspeitos de “praticar crimes cibernéticos”.
A maior parte das denúncias são de que existem pessoas em grupos privados de Internet como o Discord, por exemplo, recrutando e influenciando jovens e adolescentes a cometerem crimes contra outras pessoas e também contra a sim mesmo.
No dia 23 de abril, três jovens foram presos por supostamente estarem planejando o assassinato de um morador de rua. Caio Augusto Coelho, de 18 anos, Kayke Sant Anna Franco, 19 anos e Bruce Vaz de Oliveira de 24, foram apontados como chefe do grupo no Discord.
Segundo a matéria do jornal O Globo, “além de tramar a execução, eles promoviam correntes de ódio na internet, principalmente contra negros, mulheres, adolescentes e animais. Entre os crimes, todos com viés de “entretenimento”, a polícia aponta maus-tratos a animais, indução à automutilação, racismo e estupro virtual (chantagear, constranger e divulgar imagens íntimas de vítimas na internet)”.
No pedido de prisão à Justiça, a delegada Maria Luiza Armínio Machado, da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), diz que os integrantes organizavam atos que resultavam em “sofrimento físico e psicológico” e com ausência de empatia:
“Registros de conversas no servidor revelam uma alarmante banalização da violência, que é tratada como uma forma de entretenimento e é um meio para alcançar notoriedade dentro dessa subcultura tóxica”.
Neste mesmo sentido, a Folha de S. Paulo noticiou em 24 de abril que a Policia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação contra o que eles classificam como “uma das maiores organizações criminosas do país voltadas à prática de crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes”.
Segundo o delegado Cristiano Maia, responsável pela investigação, entre os crimes apurados estão tentativa de homicídio, induzimento e instigação ao suicídio, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais, apologia ao nazismo e crimes de ódio em geral.
“Os principais integrantes eram chamados de oradores e conduziam os desafios pela internet. Além disso, muitas vezes não fazem só desafios, mas conseguem uma foto e começam a fazer chantagem para que essa criança ou adolescente cometa maus-tratos contra animais ou contra si”, disse. Ainda de acordo com o investigador, também havia o incentivo à pornografia infantil.
Outro caso relacionado foi a prisão de um soldado do exército de 20 anos que filmou um crime supostamente praticado por um menor, 17 anos, de ter atirado dois coquetéis molotov em um morador de rua enquanto o cidadão dormia. De acordo com o delegado o crime teria sido transmitido em tempo real para 120 pessoas.
De acordo com a matéria da Folha, os policiais da DCAV apontam que este suposto ataque não seria um fato isolado. “Os administradores do servidor utilizado no crime compunham verdadeira organização criminosa altamente especializada em diversos crimes cibernéticos tendo como principais alvos, crianças e adolescentes“, afirmou a Polícia Civil.
Nessa quinta-feira (24), o governo brasileiro sancionou um projeto de lei para aumentar a pena de quem for condenado por “agredir mulheres” com uso de inteligência artificial. A partir de agora, se o cidadão utilizar recursos de inteligência artificial como, por exemplo, produzir um vídeo pornográfico com uso de deep fake “ou qualquer outro recurso tecnológico que altere imagem ou som da vítima” sua pena terá um aumento de três meses a um ano.
O que estamos assistindo e que vem sendo denunciado por este Diário é que neste momento o imperialismo está em uma profunda contraofensiva contra todos os povos do mundo. Sendo assim, há uma necessidade cada vez maior de controlar os meios de comunicação, principalmente a Internet e as redes sociais.
Nesse sentido a juventude se torna um alvo, pois é a parcela mais ativa da sociedade. Uma revolta desse setor da população contra os crimes do imperialismo – como o genocídio do povo palestino – pode causar revoltas e revoluções incontroláveis e incontornáveis para o imperialismo de conjunto.