O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Jair Bolsonaro (PL), recorreu ao seu direito de silêncio durante depoimento sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal. Assim, ele deixou de responder às perguntas do relator, o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo sua defesa, o militar só responderá às perguntas do seu advogado Matheus Milanez.
Conforme as perguntas de seu advogado, Heleno disse que a expressão proferida por ele, em julho de 2022, que o governo Bolsonaro “virasse a mesa” antes das eleições, seria de modo “completamente” figurado.
O militar afirmou que nunca deu ideias ao então presidente de ruptura democrática e que não lhe dava conselhos políticos fora das atribuições do GSI.
Outros depoimentos
A Corte ouviu, na véspera, o delator Mauro Cid, tenente-coronel que atuava como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin.
Mais cedo nesta terça, o Tribunal também interrogou Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Além deles, o STF também se prepara para ouvir outros réus. Todos fazem parte do núcleo 1 da trama. São eles:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente.
Walter Braga Netto será o único a depor por videoconferência, uma vez que está preso preventivamente desde dezembro, no Rio de Janeiro.
Para colher todos os depoimentos, o STF agendou mais três sessões, além da audiência desta terça-feira:
- Quarta-feira 11, às 8h;
- Quinta-feira 12, às 9h; e
- Sexta-feira 13, às 9h.