A Prefeitura de Barueri (SP) exonerou nesta sexta-feira (16) o secretário de Educação, Celso Furlan, depois que um áudio seu vazou nas redes sociais dizendo que algumas pessoas com deficiência “não têm condição de aprender”. As declarações foram registradas durante reunião de trabalho da pasta e divulgadas pela Folha de S. Paulo.
No trecho mais polêmico, Furlan afirma: “O cadeirante que não mexe nenhum membro, nada, todinho torto, todinho deficiente, não tem condição de aprender nada. A mãe leva, sabe por quê? Para ficar livre, quatro, cinco horas do filho. E nós não temos como. Não aprendemos a lidar com isso ainda.”
Ele também questionou o impacto dos alunos com autismo nas turmas: “Um garoto com problema de autismo significa 20 alunos a mais. Esse é um caso sério para pensar. Não que eu queira descartar, mas nós temos a Casa dos Autistas, que fica na nossa Secretaria do Deficiente. Mas as mães não estão preocupadas com isso. Elas querem se livrar do filho, e nós cuidamos deles. Não é certo.”
Antes do desligamento, Furlan publicou nota alegando que “se trata de um recorte” e que o encontro discutia “a criação de ambientes escolares com mais oportunidades de aprendizado e infraestrutura aos alunos com deficiência. O estudo está em andamento. Barueri é referência em educação inclusiva”. Ele disse acreditar “firmemente na valorização da diversidade humana e no respeito à dignidade de cada indivíduo, independentemente de suas características.”
Em comunicado oficial, a administração municipal afirmou que “lamenta o ocorrido”, mas reconheceu “o trabalho que foi realizado durante anos por Celso Furlan à frente da pasta da educação, o que levou o ensino de Barueri a ser premiado e a atingir um nível de excelência reconhecido em todo o país.” O texto ressaltou ainda que o município “mantém uma política séria, ética e inclusiva voltada aos cuidados da pessoa com deficiência, seus familiares e cuidadores”.
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