João Victor de Jesus da Silva foi morto por três tiros de fuzil de PM no ano passado. Foto: Reprodução

Um áudio gravado por câmera de segurança mostrou que João Victor de Jesus da Silva (22), jovem morto durante ação de agentes na zona leste de São Paulo, implorou pela vida antes de levar três tiros de fuzil. O episódio ocorreu em 31 julho de 2024 e o responsável pelos disparos não gravou as imagens da ação.

Na ocasião, o jovem, que não era alvo de mandado de prisão, questionou o motivo da ação e afirmou que tinha dois filhos. “Eu tenho dois filhos, senhor. Pelo amor de Deus, o que eu fiz, senhor? Eu tenho medo de arma. Eu não tenho arma”, disse a vítima.

Na sequência, é possível ouvir um policial dizendo: “Foda-se as crianças, caralho”. Pouco depois, um agente grita “contato” e “larga a arma”, sugerindo que João teria tentado reagir. Ouça:

No total, cinco policiais entraram na casa onde o jovem vivia, enquanto outros dois ficaram na escada de acesso, impedindo a aproximação de pessoas. A família afirmou que houve uma tentativa de simular um confronto armado. Na versão registrada pelos PMs, João teria resistido à abordagem e atirado contra os policiais.

“Ele era um viciado, não tinha nada de arma na mão”, disse o pai da vítima, o caminhoneiro Sergio Antonio da Silva.

Segundo o portal Metrópoles, João foi acusado de um roubo que teria ocorrido em 2022 e o mandado de prisão cumprido pela polícia na ocasião tratava de homicídio. Os agentes chegaram ao local encapuzados e caminhando em posição de combate.

João era dependente químico. Familiares do rapaz relataram que o vício piorou nos últimos anos, quando aderiu ao uso da droga conhecida como K9 e passou a vender móveis e objetos que tinha em casa para comprar a substância.

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Last Update: 10/06/2025