Sob a palavra de ordem “Sem anistia, sem perdão, eu quero ver Bolsonaro na prisão!”, manifestantes lotaram neste domingo (7) a Praça da República, em São Paulo, para defender a democracia, a soberania nacional e a punição para os condenados pela tentativa de golpe de Estado. Outras 35 cidades brasileiras também realizaram manifestações.
Os atos do 7 de Setembro do Povo foram organizados pelas centrais sindicais, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e o 31º Grito dos Excluídos e Excluídas.
Além da soberania e sem anistia, os manifestantes defenderam o Plebiscito Popular 2025 pelo fim da escala da 6×1, aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.
Eles se posicionaram contra as agressões do governo norte-americano de Donald Trump ao Brasil. Estimulado pelo filho 03 de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que quer livrar o pai da prisão, Trump impôs um tarifaço ao país prejudicando empresas e empregos dos brasileiros.
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Outra preocupação é o projeto de lei articulado por aliados de Bolsonaro na Câmara para promover uma anistia ampla e irrestrita aos condenados no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas no 8 de janeiro, cujo objetivo é livrar Bolsonaro da prisão. O ex-presidente pode ser condenado já na próxima semana em julgamento no Supremo.
“O Brasil não é colônia, jamais será colônia. Há 203 anos, nas margens do Ipiranga, ecoava o brado retumbante de um povo que não aceitava a condição de submissão a Portugal. O grito de liberdade, independência ou morte, espraiou por todo o Brasil e segue atual”, disse o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.
O dirigente sindical também levantou outras demandas dos trabalhadores. “As empresas estão lucrando desavergonhadamente. É preciso reduzir a jornada de trabalho para gerar mais empregos. Ao mesmo tempo em que isentamos até R$ 5 mil no Imposto de Renda, temos que enfrentar o demônio da escala 6×1”, disse.

“Nós vamos ter uma reunião com a secretária-geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC, para levar relatório sobre as consequências do tarifaço criminoso do Trump ao Brasil e como ameaça o sistema produtivo do nosso país e o emprego da classe trabalhadora”, avisa o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
Manifestações pelo Brasil

Em Brasília, milhares de pessoas compareceram ao ato na Praça Zumbi dos Palmares com o tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Cuidar da casa comum e da democracia”.
No Rio de Janeiro a concentração foi na Uruguaiana com Presidente Vargas. “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro” foi tema da manifestação do 31º Grito dos Excluídos.
Movimentos Sociais realizaram ato na 7 de Setembro, em Belo Horizonte, para defender a soberania nacional e contra a anistia para golpistas.
Em Fortaleza, a população marcou presença na passeata do Grito dos Excluídos. A concentração começou na Praça da Paz Dom Hélder Câmara de onde os participantes seguiram em caminhada até a Comunidade Raízes da Praia, local simbólico escolhido por ser área destinada à instalação da usina de dessalinização da Praia do Futuro, empreendimento que, segundo os organizadores, ameaça famílias e o meio ambiente.
No Recife milhares de pessoas ocuparam ruas e avenidas do centro da capital, transformando a data em ato político pela democracia, liberdade e soberania. Com bandeiras do Brasil, cartazes e palavras de ordem, manifestantes reforçaram pautas como o repúdio à anistia de golpistas, o fim da escala 6×1 de trabalho e a defesa do patrimônio nacional.