Giu Alles em discurso no Prêmio APCA. Foto: reprodução

Durante a cerimônia de entrega do Prêmio APCA, realizada na última terça-feira (2), em São Paulo, o ator Bruno Silva, da Companhia Antropofágica, foi vítima de um caso de racismo enquanto estava no palco para ser premiado. Silva, que aguardava para fazer seu discurso após a companhia receber o “Prêmio Especial” pelos 20 anos de atividades, foi acusado de roubo e foi revistado pelos seguranças do evento.

O ator foi abordado por um dos organizadores, que o acusou de ter roubado uma das estatuetas. “O que aconteceu foi que me chamaram pra pedir pra eu tirar o prêmio da bolsa. Eu tive que abrir minha bolsa e mostrar que eu estava guardando meu celular e não o prêmio”, relatou o ator, visivelmente abalado, após o ocorrido.

A Companhia Antropofágica, da qual Bruno Silva faz parte, foi uma das homenageadas pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) este ano. Em sua fala, Silva classificou o incidente como um episódio de racismo e manifestou sua indignação. “O que eu queria dizer, na verdade, é que nossa relação com os racistas não tem que ser de vítima, tem que ser de algoz”, declarou.

No palco, Luana Oliveira, atriz e também integrante da Companhia, pediu desculpas ao público pelo atraso causado. “Nós somos da Companhia Antropofágica e a gente, na verdade, queria começar pedindo desculpa porque a gente estava se movimentando durante a fala dos colegas e a gente não conseguiu prestar atenção porque, infelizmente, um ator que estava conosco foi revistado no palco”, lamentou.

Veja a partir de 3h41m47s: 

Luana também destacou o simbolismo negativo do incidente. “A gente lamenta muito, mas a gente acha que é muito importante falar isso porque é muito difícil a gente, o teatro de grupo, pessoas negras, ocuparem espaços oficiais e quando a gente chega aqui e isso acontecer, a gente acha que isso é muito sintomático, assim, e nos entristece muito”, completou.

Após o ocorrido, a organização do evento procurou a Companhia Antropofágica para se desculpar pelo constrangimento, de acordo com matéria publicada pela Band.

Segundo testemunhas, os organizadores justificaram que a revista foi motivada pela confusão em torno do prêmio utilizado no evento, que era fictício, com as estatuetas oficiais sendo entregues posteriormente.

“No final do prêmio o cara veio pedir desculpas e disse que achou que o Bruno poderia ter colocado o prêmio na bolsa por engano, já que outras pessoas também estavam levando o troféu embora, pois achavam que aquele era o de levar pra casa”, contou uma testemunha que preferiu não se identificar.

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Última Atualização: 04/07/2024