Neste sábado, 16 de agosto, acontece o protesto organizado pela associação de familiares das vítimas da Chacina de Osasco e Barueri, municípios da Zona Oeste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

Considerado como o maior massacre desse tipo no período democrático no estado, se deu entre os dias 8 e 13 de agosto de 2015 pelas mãos de agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Além das cidades que tiveram mais vítimas e nomeiam o episódio, uma pessoa foi morta em Carapicuíba e algumas fontes citam alvos em Itapevi.

Segundo listagem de Francilene Fernandes no livro Tecendo resistências:  trincheiras contra a violência policial (2024), as 22 vítimas em Osasco foram: Rodrigo Lima da Silva, Joseval Amaral Silva, Deivison Lopes Ferreira, Eduardo Bernardino Cesar, Antônio Neves Neto, Letícia Hildebrand da Silva, Adalberto Brito da Costa, Thiago Marcos Damas, Presley Santos Gonçalves, Igor Oliveira, Manuel dos Santos, Fernando Luiz de Paula, Eduardo Oliveira Santos, Wilker Thiago Corrêa Osório, Leandro Pereira Assunção, Rafael Nunes de Oliveira, Jailton Vieira da Silva, Tiago Teixeira de Souza e Jonas dos Santos Soares. Wilker Thiago Correa Osório, Jailton Vieira da Silva, e Joseval Amaral da Silva foram mortos em Barueri, e Michael do Amaral Ribeiro em Carapicuíba. Outras fontes contabilizam números ainda mais espantosos, chegando a 28 execuções.

Vingança

A motivação dos policiais para os assassinatos foi vingança pela morte de um colega. Fabrício Eleutério e Thiago Henklain foram condenados pela participação, mas o ex-cabo Victor Cristilder e o guarda municipal de Barueri Sérgio Manhanhã tiveram as penas anuladas em 2019.

Cristilder foi reintegrado à PM em maio de 2023 pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Não espanta: desde que assumiu, o chefe de Guilherme Derrite só intensifica o genocídio racista no estado.

O coletivo de familiares luta há dez anos por justiça. Tem à frente pessoas como Zilda Maria de Paula, mãe de Fernando Luiz de Paula. D. Zilda escreveu em uma rede social há alguns meses: “Meu filho serviu a pátria, mas a pátria nos matou”, em referência ao fato de ele ter servido no Exército Brasileiro. Essa é uma reflexão poderosa.

No mesmo 2025 em que as autoridades comemoraram os 40 anos da redemocratização do Brasil, o Estado completa uma década sem punir os policiais envolvidos no caso de Osasco e Barueri. Palavras bonitas ditas em palácios não valem nada diante do país real, o das periferias, em que famílias negras e trabalhadoras vivem por uma justiça injusta que ainda não chegou.

Ato

— Ato: 10 anos da Chacina de Osasco e Barueri
— 16 de agosto (sábado), a partir das 14h
— Local: Rua Lagoinha, 974, próximo à avenida Diretriz, quadra de esportes (Osasco)

 

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Last Update: 15/08/2025