O ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista neste domingo (29) reuniu apenas 12 mil pessoas segundo dados divulgados pelo Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da Universidade de São Paulo (USP). É o menor público desde a primeira manifestação do ex-presidente.
O evento também aconteceu depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator da ação penal, abriu prazo para alegações finais dos réus do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado, do qual Bolsonaro faz parte.
Para alguns parlamentares do campo da esquerda, o esvaziamento do ato representa uma derrota política do bolsonarismo e um recado contra a anistia para quem tentou dar um golpe de Estado.
Leia mais: Ato de Bolsonaro evidencia esvaziamento político e público em meio a julgamento no STF
Na avaliação da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi um fracasso retumbante com cerca de 12 mil pessoas, bem abaixo das quase 45 mil em abril e dos 185 mil em fevereiro passado.
“É o retrato amargo de uma liderança em derrocada. Recheado de discursos inflamados e golpistas, o evento mais pareceu um último suspiro de um bolsonarismo em apuros, com ataques vazios, plateia minguante e aliados em debandada. Sem anistia pra golpista”, disse a deputada.
“FLOPOU! Cada nova manifestação do Bolsonaro é mais fracassada que a anterior. Não tem anistia pra quem tentou destruir a democracia. BOLSONARO GOLPISTA TEU LUGAR É NA CADEIA!”, postou nas redes sociais a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS).
“Pois é, né . Toda farsa um dia acaba! E todo crime será castigado pela lei! Talkey ???”, ironizou o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) em outra postagem.
O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) diz que a Avenida Paulista estava vazia porque o povo não aceita mais a manutenção de privilégios. “Só nos últimos dias, a aliança do bolsonarismo com o centrão aprovou: aumento do número de deputados, aumento da conta de luz, e agora, ameaça aprovar o fim do descanso remunerado. O recado começa a ser dado”, diz.
“O ato do Bolsonaro na Paulista foi uma demonstração de derrota política e social. Um vexame! SEM ANISTIA!”, postou o líder do PT na Câmara, Lindberg Farias (RJ).
“Bolsonaro teve a proeza de, com toda a máquina bolsonarista nas mãos, reunir menos do que um milésimo de seus eleitores paulistas. Um ato patrocinado pelo governador e pelo prefeito de São Paulo, por um dos principais líderes de uma denominação evangélica com 12 milhões de fiéis, por deputados, senadores, vereadores e influenciadores da extrema direita. E, mesmo assim, flopou”, afirmou a deputada Erika Hilton (PSOL-SP).
