A nadadora Ana Vieira, que foi expulsa da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris acusada de atos de indisciplina, afirmou que teve uma denúncia de assédio ignorada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), em episódio anterior às competições na França. O Comitê está apurando o caso.

Em postagem no Instagram, sua primeira manifestação pública após deixar a Vila Olímpica de Paris, a atleta afirmou que tinha sido orientada por integrante da delegação a procurar “os canais do COB” para apresentar sua defesa sobre o caso. Ela, então, disse não ter confiança nesses canais.

“Como vou entrar em contato com canais do COB, se já fiz uma denúncia de assédio dentro da seleção [de natação] e nada foi resolvido?”, indagou Ana no vídeo. “Vou falar com meus advogados e prometo falar tudo [sobre o caso]. Estou bem, triste, nervosa, mas estou com o coração em paz”, disse.

Em nota enviada ao site, o COB afirmou que apura a existência da denúncia de assédio. Primeiro, o caso foi levado ao setor de compliance (responsável por procedimentos normativos e legais) e, posteriormente, pode chegar ao Conselho de Ética da entidade.

Entenda o caso

Ao gravar a mensagem, Ana Vieira disse que estava em Portugal, depois de sair da França, e que aguardava um voo para o Brasil. Ela afirmou que quis gravar a manifestação para agradecer após ter recebido mensagens de apoio. No vídeo, ela disse ter se sentido pressionada e desamparada, e que precisou deixar muitas de suas coisas em Paris, já que teve que sair imediatamente.

“A partir do momento que saí da sala que me anunciaram que eu estava fora por más condutas – eu vou provar tudo, que não tive má conduta nenhuma – a partir do momento que saí da sala, minha cara já estava em todas as possíveis páginas [na internet]”, afirmou a atleta, que disse ter sido impedida, em um primeiro momento, a falar com seu psiquiatra.

A exclusão foi anunciada no domingo 28. Ana e o também nadador Gustavo Santos, namorado dela, foram punidos por terem deixado a Vila Olímpica para visitar a Torre Eiffel sem autorização da delegação, o que foi considerado um ato de indisciplina.

Segundo o comunicado do COB, Ana agiu “de forma desrespeitosa e agressiva” e “contestou decisão técnica tomada pela comissão da Seleção Brasileira de Natação”, por isso foi desligada da delegação, com efeito imediato. Gabriel recebeu apenas uma punição de advertência.

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Última Atualização: 29/07/2024