A ministra Simone Tebet, do Planejamento, tem a maior avaliação entre os integrantes da Esplanada neste terceiro ano de governo Lula (PT). A conclusão é de um novo levantamento realizado pelo instituto AtlasIntel em parceria com o canal CNN. A pesquisa monitorou a aprovação popular aos membros da equipe do petista. Os dados foram divulgados na noite deste sábado 1º
Segundo o levantamento, o trabalho desempenhado por Tebet é avaliado por 62% como ‘ótimo ou bom’. Só 32% indicam reprovação (‘ruim ou péssimo’) ao papel da emedebista no governo. A ministra tem certa folga para o segundo colocado, o chanceler Mauro Vieira, que soma 54% de avaliações positivas e 39% de menções negativas.
O top-3, segundo o AtlasIntel, é fechado por Macaé Evaristo, ministra que substituiu Silvio Almeida na pasta dos Direitos Humanos após o advogado ser acusado de cometer assédio contra alunas e colegas de governo. O trabalho da ministra é bem visto por 54% dos entrevistados e reprovado por 36%. Há neste caso uma parcela levemente maior, de 6%, que indica a avaliação regular ao papel de Macaé Evaristo no governo, enquanto Vieira soma apenas 1% nesta faixa de avaliação.
André Fufuca, do Centrão, é o pior ministro, segundo entrevistados
Quem aparece na outra ponta do levantamento, em que estão os ministros com as piores avaliações, é André Fufuca, atual chefe do Ministério do Esporte. O membro do Centrão que chegou ao governo com a missão de conferir mais governabilidade a Lula no Congresso, recebeu só 12% de avaliações positivas (‘ótimo ou bom’) sobre o seu trabalho na pasta. O grupo que diz que o deputado do PP faz um trabalho ‘ruim ou péssimo’ no governo soma 55%. Há outros 34% que não souberam avaliar o papel do ministro ou indicaram avaliação ‘regular’.
Pouco acima de Fufuca estão outros dois ministros que estão no governo em articulações semelhantes: Celso Sabino e Juscelino Filho. Ambos são congressistas e membros do União Brasil. Assim como Fufuca, a presença deles no governo serviu para acomodar interesses do partido que comanda grandes bancadas no Senado e Câmara.
Sabino, que chefia o Turismo, tem 49% de menções negativas e só 12% de avaliações positivas. Ele está na penúltima posição. Juscelino, por sua vez, ocupa uma posição acima, com 15% de avaliações positivas e 70% de avaliações negativas ao seu trabalho no governo.
Demitida na terça-feira, Nísia Trindade está entre os dez melhores avaliados
A agora ex-ministra da Saúde do governo Lula, a cientista Nísia Trindade, está entre os dez ministros com melhores avaliações na pesquisa Atlas/CNN divulgada neste sábado. Ela foi demitida na terça-feira 25 e será substituída por Alexandre Padilha, que era o responsável pela articulação política de Lula via Secretaria de Relações Institucionais. A vaga do ministro na Esplanada foi herdada por Gleisi Hoffmann, deputada e presidenta do PT. As trocas serão formalizadas no dia 10 de março.

Nisia Trindade, agora ex-ministra da Saúde do governo Lula III.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Nísia soma, na pesquisa, 43% de avaliações positivas (‘ótimo ou bom’) para o seu trabalho no Ministério da Saúde. O trabalho da ex-ministra foi avaliado como negativo por 37% dos entrevistados e como ‘regular’ por 18%. O resultado a coloca na 8ª posição do ranking, um desempenho melhor do que os registrados pelos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Geraldo Alckmin, que comanda a Indústria e o Comércio, além de ocupar a vice-presidência. Os políticos estão em 11º e 16º, respectivamente.
A avaliação, importante registrar, reuniu respostas que começaram a ser coletadas na véspera da demissão de Nísia. As entrevistas seguiram até o dia 27 de fevereiro. A ministra já vivia, naquele momento, um processo de fritura liderado pelo Centrão e que, segundo a própria cientista, foi decisivo para sua saída do comando da pasta.
Para comparação, o ministro Alexandre Padilha, que será o substituto de Nísia na Saúde, fica apenas na 20ª posição do ranking. Ele, avaliado ainda pelo desempenho no comando da SRI, reuniu 32% de aprovação e 52% de reprovação. Só 6% indicaram avaliação regular ao trabalho do ministro como articulador político de Lula.
Gleisi Hoffmann, o terceiro elemento envolvido na dança das cadeiras, não foi avaliada, uma vez que ainda não era ministra no período de coleta de dados para o levantamento.
Veja o ranking completo de avaliações dos ministros (página 9):
Pesquisa Atlas_CNN – Pergunta da Semana GPS CNN 27022025
Reforma ministerial
A reforma ministerial iniciada com a saída de Nísia e a chegada de Gleisi pode ser aprofundada nos próximos dias. Conforme mostrou CartaCapital, Lula busca ainda acomodar dois interesses na Esplanada: uma pasta que será direcionada ao ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), candidato de Lula ao governo de Minas em 2026, e outra que ajude o petista a reverter a baixa popularidade entre os evangélicos.
Diante da iminente reforma, o instituto Atlas perguntou aos brasileiros sobre o tema. A primeira conclusão, é de que a maioria concorda – ainda que parcialmente – que Lula precisa promover mudanças na equipe. A segunda conclusão, porém, indica que os brasileiros não acreditam que a reforma ministerial será capaz de mudar os rumos do governo. Veja os dados:
- Na sua opinião, é necessário que o governo Lula realize uma reforma ministerial neste momento, com trocas e substituições de ministros?
- Sim, é muito necessário – 42,6%
- Sim, é um pouco necessário – 27,3%
- Não, não é nada necessário – 22,7%
- Não sei – 7,4%
- Você acredita que o desempenho do governo Lula poderá melhorar se forem feitas trocas ou substituições de ministros em uma reforma ministerial?
- Não, não irá melhorar nada – 45,6%
- Sim, irá melhorar muito – 25,8%
- Sim, irá melhorar um pouco – 18,5%
- Não sei – 10,2%
Para chegar aos resultados, o instituto ouviu 2.595 entrevistados via Recrutamento Digital Aleatório (Atlas RDR), entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.