
A embarcação Madleen, que levava 12 ativistas rumo à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária e denunciar o bloqueio israelense, foi interceptada por forças israelenses neste domingo (8), em águas internacionais. Entre os passageiros estão o ativista brasileiro Thiago Ávila, a sueca Greta Thunberg, a francesa Rima Hassan e o jornalista da Al Jazeera Mubasher, Omar Faiad.
Após divulgações de comunicados dos passageiros nas redes sociais pedindo ajuda, todas as comunicações com o navio foram interrompidas. Segundo relatos da co-fundadora do Movimento de Solidariedade Internacional, Huwaida Arraf, comandos israelenses ordenaram que os tripulantes desligassem e jogassem seus celulares no mar. A transmissão ao vivo da Al Jazeera também foi interrompida.
Greta Thunberg has been kidnapped by lsrael. #Madleen pic.twitter.com/9sdmYkutLV
— Muhammad Smiry 🇵🇸 (@MuhammadSmiry) June 9, 2025
Ver essa foto no Instagram
Momentos antes do bloqueio, dois drones israelenses sobrevoaram a embarcação e lançaram uma substância química ainda não identificada. “Alguns relataram ardência nos olhos”, afirmou Arraf à Al Jazeera, diretamente da Sicília. “Eles também foram abordados de forma ameaçadora por embarcações. Durante pelo menos uma hora e meia, estavam sob pressão das forças israelenses.”
Às 19h (horário de Brasília) deste domingo, Ávila relatou em seu Instagram que a embarcação estava cercada por embarcações não identificadas enquanto seguia em direção à Faixa de Gaza. Após apagar um vídeo que contava o que estava acontecendo, publicou uma nova mensagem: “O nosso barco está sendo cercado! Precisamos de ajuda.”
URGENTE: drones israelenses estão sobrevoando o barco da Greta Thunberg e do Thiago Ávila e atirando um líquido branco. Possível ataque químico contra a Flotilha da liberdade. pic.twitter.com/k3x7yAElXH
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) June 8, 2025
Conteúdo divulgado pela Freedom Flotilla Coalition mostra os ativistas de coletes salva-vidas, sentados no convés com as mãos levantadas e jogando os celulares no mar — ação que teria sido exigida pelos militares israelenses.
SOS messages to follow#alleyesonMadleen pic.twitter.com/O02sv5c1jW
— Freedom Flotilla Coalition (@GazaFFlotilla) June 9, 2025
A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, confirmou que também perdeu contato com a embarcação. Segundo ela, em sua última ligação com o capitão do Madleen, ele disse que “no momento em que o barco foi interceptado, ninguém estava ferido”. Após isso, perdeu a conexão com o capitão enquanto ele dizia que “outro barco se aproximava”.
Além disso, sobre os drones que sobrevoavam a tripulação, Francesca publicou que “essas máquinas são feitas para matar, não apenas para vigiar”.
BREAKING
1AM UK time. Israeli speedboat reached Madleen. “At the time the boat was intercepted no one is wounded” the captain asked me to record. I heard the soldiers speaking while the captain was on the phone with me. I lost connection with the captain as he was telling me that… https://t.co/BVzbjd4zyK— Francesca Albanese, UN Special Rapporteur oPt (@FranceskAlbs) June 9, 2025
BREAKING
1AM UK time. Israeli speedboat reached Madleen. “At the time the boat was intercepted no one is wounded” the captain asked me to record. I heard the soldiers speaking while the captain was on the phone with me. I lost connection with the captain as he was telling me that… https://t.co/BVzbjd4zyK— Francesca Albanese, UN Special Rapporteur oPt (@FranceskAlbs) June 9, 2025
O Madleen partiu da Itália no último domingo (1º) com a missão de romper simbolicamente o bloqueio marítimo imposto por Israel e entregar alimentos e remédios à população de Gaza. O governo israelense sustenta que o cerco é necessário para evitar o envio de armas ao Hamas.
Até o momento, não há informações oficiais sobre o paradeiro dos ativistas ou a situação atual do navio.