O gesto nazista feito por Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, na segunda-feira, dia da posse do presidente dos EUA, Donald Trump, provocou ojeriza mundo afora.
Ativistas do grupo alemão Center for Political Beauty e da organização britânica Led by Donkeys compartilharam fotos e vídeos online de uma ação de protesto.
A palavra “heil” foi projetada na fábrica próxima a Berlim, utilizando a fonte do logotipo da montadora, formando a mensagem “Heil Tesla”, uma referência à saudação nazista que homenageava Adolf Hitler.
Philipp Ruch, fundador do Center for Political Beauty, afirmou em comentários à AFP que Musk teria feito “uma saudação de Hitler, assim como os neonazistas americanos têm praticado há anos”.
Musk rejeita as acusações
Musk classificou como “truques sujos” e “propaganda” quaisquer comparações entre a saudação nazista e seu gesto, que ele repetiu enquanto dizia à plateia: “Meu coração está com vocês”.
Musk já enfrentou críticas na Alemanha por seu apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e por insultar repetidamente líderes políticos alemães em sua plataforma de mídia social X.
Durante a campanha eleitoral em andamento na Alemanha, Musk descreveu o AfD como “o último raio de esperança para o país”. Ele também organizou uma discussão com a principal candidata do AfD, Alice Weidel, no X.
A left-wing activist group has projected a giant image of Elon Musk doing his “my heart goes out to you” gesture alongside the word “heil” onto the front facade of Giga Berlinpic.twitter.com/gsgwdp1oqA
— Drive Tesla 🇨🇦 (@DriveTeslaca) January 23, 2025
Fábrica da Tesla na Alemanha e contexto político
A fábrica da Tesla em Gruenheide, perto de Berlim, já foi alvo de protestos no passado, principalmente por questões ambientais.
Em novembro, a polícia desocupou um acampamento de protesto em uma área florestal perto da fábrica, onde ativistas buscavam bloquear a expansão planejada do local. Em março, um grupo de extrema-esquerda assumiu a responsabilidade por sabotar linhas de energia que abastecem a planta.
O partido anti-imigração AfD, que está em segundo lugar nas pesquisas, com cerca de 20% de apoio, dificilmente participará do governo, pois outros partidos descartaram qualquer cooperação com ele. Partes do AfD são tratadas pela inteligência doméstica como organizações extremistas de extrema-direita.
O chanceler Olaf Scholz, questionado sobre Musk na terça-feira, afirmou que a Alemanha garante liberdade de expressão, mas destacou: “O que não aceitamos é quando isso apoia posições de extrema-direita”.