
Milhares de manifestantes de dezenas de países têm articulado a Marcha Global para Gaza, ação que deve mobilizar ativistas e organizações sociais de 51 países. A ideia é reunir todo mundo no Cairo, capital do Egito, e viajar de ônibus até a cidade de Al Arish, na Península do Sinai, de onde devem marchar por três dias até Rafah, cidade ao sul de Gaza.
“A Marcha Global para Gaza é um movimento cívico, apolítico e independente. Não representamos nenhum partido político, ideologia ou religião. Representamos o povo, em toda a sua diversidade e humanismo”, dizem os organizadores do movimento.
A expectativa é que o movimento reúna manifestantes de diversas partes do mundo, como Canadá, Estados Unidos, Espanha, Turquia, Alemanha, Grécia, África do Sul, Malásia e Brasil, e chegue até a fronteira no dia 5 de junho.
A meta da marcha é romper o cerco de mais de três meses de Israel contra Gaza, bloqueio que impôs fome a mais de 2 milhões de palestinos. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 3 mil caminhões com ajuda humanitária estão parados na fronteira com o Egito.
“A gente acorda todo dia com imagens de crianças sendo mortas em Gaza e não podemos ficar em silêncio. Essa Marcha é resultado de uma organização mundial que quer lutar contra o imperialismo e o sionismo, que cometem esse genocídio e tem o apoio da imprensa capitalista que não mostra direito que está acontecendo”, disse Adriana Machado, brasileira que está em Paris, na França, e viajará a Cairo em breve.

O movimento também recebeu apoio da ONG dos Estados Unidos Vozes Judaicas Pela Paz (Jewish Voice for Peace, em inglês), que convocam apoiadores para se juntar à Marcha Global para Gaza. “A situação é insuportável e governos e organismos internacionais falharam em intervir para fazer justiça ao povo palestino. Portanto, precisamos fazer isso nós mesmos”, afirmou.
A marcha foi organizada após a interceptação do veleiro operado pela Coalizão Flotilha da Liberdade, que transportava 12 ativistas, como a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. A embarcação carregava ajuda humanitária.