Pelo menos 68 mortos e 47 feridos após último ataque dos EUA contra um centro de detenção de migrantes na província de Saada

Um ataque aéreo dos EUA matou pelo menos 68 migrantes africanos na província de Saada, no noroeste do Iêmen, na segunda-feira, em um dos ataques mais mortais desde que Donald Trump entrou na Casa Branca há quase 100 dias.

A Defesa Civil do Iêmen disse em uma declaração no Telegram que o ataque, que feriu cerca de 47 pessoas, atingiu um centro de detenção de migrantes que abrigava cerca de 100 pessoas.

Imagens transmitidas pelo canal de TV al-Masirah, alinhado aos Houthis, mostraram vários corpos e feridos no local, enquanto equipes médicas e de resgate atendiam os feridos.

Não houve comentários imediatos dos EUA, mas uma declaração emitida pelo Comando Central do Exército dos EUA antes do ataque disse que a “campanha intensa e sustentada” de Washington desde 15 de março atingiu mais de 800 alvos e “matou centenas de combatentes Houthi e vários líderes Houthi, incluindo altos funcionários de mísseis e UAVs Houthi”.

O Iêmen, o país mais pobre do mundo árabe, tem sido devastado desde 2014 por um conflito em curso entre rebeldes Houthi, que controlam a maior parte do norte, e facções iemenitas no sul, apoiadas pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos.

O centro de detenção de migrantes atingido na segunda-feira abrigava cerca de 100 pessoas da Etiópia e de outros países africanos que foram detidas enquanto cruzavam o Iêmen em busca de trabalho na Arábia Saudita.

Em 2022, um ataque da coalizão liderada pela Arábia Saudita que lutava contra os Houthis atingiu um centro de detenção, matando 66 detidos, de acordo com um relatório das Nações Unidas.

As forças americanas afirmam ter como alvo os houthis devido aos ataques do grupo a navios no Mar Vermelho e a Israel. Os houthis afirmam ter lançado seus ataques a navios do Mar Vermelho ligados a Israel em retaliação à guerra israelense em Gaza.

Em 18 de abril, um ataque dos EUA ao porto de combustível de Ras Isa, no Iêmen, matou pelo menos 74 pessoas e feriu outras 171, no ataque mais mortal já registrado pelos EUA no Iêmen.

Apesar disso, as forças Houthi continuam a lançar mísseis contra navios israelenses e americanos no Mar Vermelho, bem como drones militares americanos.

O aumento dos ataques dos EUA também ocorre em um momento em que Trump intensifica os esforços para pressionar o Irã — o principal apoiador dos Houthis — a concordar com um novo acordo sobre suas capacidades nucleares.

Publicado originalmente pelo MEE em 28/04/2025

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Last Update: 28/04/2025