Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, foram atingidos pelos disparos, mas não resistiram aos ferimentos e morreram no local – Foto: Reprodução

O ataque de pistoleiros ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé (SP), mostra o aumento da violência no campo, agravada pela atuação do crime organizado.

Na ação, dois moradores foram mortos, Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28, além de seis pessoas feridas. Segundo relatos, criminosos teriam invadido o local durante a noite e disparado sem aviso prévio.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os conflitos agrários têm crescido nos últimos anos, impulsionados pelo comércio ilegal de lotes em áreas de reforma agrária. O advogado da CPT, Eduardo de Macedo Cunha, alerta que grupos criminosos intimidam agricultores e que lideranças do MST são alvos frequentes por denunciarem essas práticas. “As lideranças ficam sempre na linha de tiro porque expõem esses casos ao Incra”, afirmou.

Falta de estrutura

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconhece a dificuldade em lidar com a situação e atribui o problema à falta de estrutura herdada de gestões anteriores.

Sabrina Diniz, superintendente estadual do Incra, destacou que o governo atual retomou a fiscalização, mas admite que apenas metade da demanda de regularização de terrenos foi atendida até agora. Segundo ela, “as invasões se tornaram mais frequentes devido à ausência de fiscalização anterior.”

Investigações sobre o ataque

A principal linha de investigação aponta que o ataque foi organizado por Antônio Martins Santos Filho, conhecido como Nero do Piseiro, após a recusa de lideranças do MST em permitir a tomada de um lote negociado por criminosos. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, visitou o assentamento e lamentou o ocorrido.

Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira – Foto: Fabio Rodrigues

A superintendente do Incra também alertou sobre outras regiões vulneráveis no estado de São Paulo, como o Pontal do Paranapanema, Iaras e Colômbia, locais onde o crime organizado continua explorando terras públicas. Apesar de algumas invasões terem sido revertidas, como no próprio assentamento Olga Benário em 2023, Diniz enfatizou que a violência segue como um grande desafio.

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Last Update: 14/01/2025