A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia foi adiada para janeiro. A assinatura estava prevista para ocorrer durante a Cúpula do Mercosul neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR).
Na reunião do bloco, nesta quinta-feira (18), o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, posicionaram-se contra o fechamento do pacto sem novas salvaguardas aos agricultores dos seus países, que temem a competição com produtos sul-americanos.
Von der Leyen afirma às agências de notícias a necessidade de “algumas semanas extras” para resolver questões pendentes com certos Estados-membros antes da formalização do pacto.
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Contudo, a presidente disse estar confiante de que o bloco terá os votos necessários para aprovar o acordo no próximo mês. Na avaliação dela, houve avanço na reunião e o caminho está aberto para conclusão do acordo.
No encontro com jornalista no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou as posições dos países contrários ao acordo.
Lula disse que a posição dos franceses sempre foi muito clara. A novidade, segundo ele, foi o posicionamento da Itália.
“Eu sempre soube que a França era contra. Eu conversei muitas vezes com o Macron. Conversei muitas vezes com a oposição francesa. Cheguei a conversar até com a Brigitte (Brigitte Macron, primeira-dama da França). Pedi para ela abrir o coração do Macron para fazer o acordo”, recorda.
Itália
“A novidade para mim foi a Itália. E eu liguei hoje para a primeira-ministra Meloni. Disse para ela que a data de 20 de dezembro não foi uma data proposta por nós. O 20 de dezembro foi uma data proposta pela Ursula von der Leyen e pelo António Costa, dizendo que no dia 19 eles iriam votar em Bruxelas e que viriam aqui para que a gente assinasse o acordo. Ela ponderou que ela não é contra o acordo. Ela apenas está vivendo um certo embaraço político por conta dos agricultores italianos, mas que ela tem certeza que é capaz de convencê-los a aceitar o acordo”, disse Lula.
“Ela então pediu que, se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo. Eu disse para ela que vou colocar o que ela me falou na reunião do Mercosul e vou propor aos companheiros decidirem o que querem fazer”, completa o presidente.