
O conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, expôs neste domingo (13) a dificuldade do governo Trump em sustentar com coerência a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em entrevista ao programa “This Week”, da rede ABC, Hassett afirmou que as taxas sobre o Brasil são “muito mais altas” que as de outros países por causa da “frustração” pessoal de Trump com Jair Bolsonaro.
A fala veio acompanhada de uma sequência de evasivas e constrangimentos. Ao tentar completar a frase “Bolsonaro, ele mesmo, você sabe…”, Hassett foi interrompido pelo apresentador George Stephanopoulos, visivelmente atônito com a ausência de argumentos sólidos.
Nem o conselheiro nem o governo norte-americano explicaram por que a decepção de Trump com um ex-presidente estrangeiro justificaria penalizar todo um país.
🚨URGENTE – Kevin Hassett, Diretor do Conselho Econômico dos EUA, diz que as tarifas ao Brasil são mais altas devido ao processo contra Bolsonaro
“Eu acho que as tarifas ao Brasil são muito maiores devido a frustração com o caso Bolsonaro” pic.twitter.com/MDlDXeI819
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) July 13, 2025
Questionado sobre a legalidade e a motivação real da medida, Hassett recorreu à retórica genérica da “segurança nacional” e da “América em primeiro lugar”, ignorando o fato de que os EUA possuem superávit comercial com o Brasil.
Evitou, ainda, responder sobre as suspeitas de interferência direta no Judiciário brasileiro, reforçando a impressão de que as tarifas têm motivação política.
A tentativa de Hassett de dar verniz técnico à represália de Trump escancara o descolamento entre os argumentos oficiais e os interesses reais por trás das medidas. Ao invés de tratar com seriedade as relações bilaterais, o governo norte-americano parece disposto a usar a economia brasileira como moeda de troca para satisfazer caprichos pessoais e proteger aliados políticos.