
Preso há quase 300 dias em cela isolada na Penitenciária 1 de Tremembé, o ex-policial militar Ronnie Lessa — assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes — quer ser transferido para a Penitenciária 2 da mesma cidade, conhecida como presídio “VIP”. A defesa argumenta que ele está em condições mais severas que as de uma penitenciária federal, sem decisão judicial que justifique esse isolamento.
A defesa de Lessa afirma que ele está sem qualquer convívio social. “Encontra-se durante todo esse período recluso de qualquer convívio social, sem acesso a estudo, a cursos profissionalizantes, a trabalho intramuros, não havendo qualquer possibilidade de remir pena”, diz o advogado Saulo Carvalho.
Lessa foi transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para a unidade de Tremembé em junho de 2024. Segundo a defesa, ele deveria ter sido encaminhado diretamente à Penitenciária 2 (P2), onde ficam presos com curso superior, policiais, advogados e autores de crimes de grande repercussão. A atual direção da P1 teria decidido isolá-lo “sob o pretexto de salvaguardá-lo de eventuais ameaças”.
“É de notório conhecimento que o apenado em questão figura como colaborador premiado perante o Supremo Tribunal Federal e, em decorrência da celebração desse acordo, foi transferido para Tremembé e deveria ir para a P2”, sustenta o defensor no ofício enviado ao Departamento Estadual de Execução Criminal de São José dos Campos.

A P2 de Tremembé é conhecida por abrigar detentos de notoriedade pública. Entre os que já passaram por lá estão Alexandre Nardoni, Roger Abdelmassih e os irmãos Cravinhos, envolvidos no assassinato dos pais de Suzane von Richthofen. A penitenciária ganhou fama por ter infraestrutura diferenciada e maior controle de segurança.
Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos de prisão e atualmente cumpre pena em regime de segurança máxima. Seu isolamento, segundo a defesa, se limita à leitura da Bíblia e de alguns livros, e pode gerar “danos irreversíveis ao seu estado físico e mental”. A solicitação de transferência segue em análise pelas autoridades. As informações são do UOL.
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