O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, nesta terça-feira 29, dirigentes das principais centrais sindicais em Brasília. No encontro — que acontece no mesmo dia da Marcha da Classe Trabalhadora — os sindicalistas entregarão uma carta com 26 reivindicações para 2025, entre elas a redução da jornada semanal de 44 para 40 horas, o fim da escala 6×1 e isenção de Imposto de Renda para salários de até 5 mil reais.
A reunião ocorre às vésperas de um 1º de Maio que deve marcar a primeira ausência de Lula nas comemorações desde seu retorno ao Planalto. O presidente avisou que só irá a São Paulo se também puder prestigiar um ato do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, condição considerada difícil pela equipe. Caso não mude de ideia, será representado pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Os sindicalistas ainda esperam convencer Lula a comparecer ao ato paulista quando se reunirem com ele nesta terça-feira. Enquanto isso, a presença de ministros — entre eles Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), que ainda não confirmou — é vista como fundamental para dar peso político às comemorações.
Ato dividido em São Paulo
Diferentemente dos anos anteriores, o evento principal será organizado por seis centrais — Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública — e acontecerá na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte paulistana. Para atrair público, elas retomaram a estratégia de shows e sorteio de um Volkswagen Polo Track, prática abandonada em 2018.
A CUT, convidada apenas como participante, recusou o arranjo e fará um ato paralelo no ABC Paulista, berço político de Lula. A divisão repete a tensão registrada em 2024, quando o presidente participou de um evento esvaziado no estádio do Corinthians e cobrou publicamente melhor mobilização de sua equipe.
Os principais pontos da carta
Além da redução da jornada, o documento lista demandas como:
- retomada integral da política de valorização do salário mínimo;
- igualdade salarial entre mulheres e homens, com reforço da Lei 14.661/2023;
- homologação obrigatória de rescisões nos sindicatos;
- regulamentação de direitos trabalhistas para motoristas e entregadores de aplicativo (PLC 12/2024);
- recuperação do poder de compra de aposentados com reajustes acima da inflação;
- queda da taxa básica de juros e política de controle de preços de alimentos;
- estímulo a micro, pequenas e médias empresas e à economia solidária, com acesso facilitado a crédito e tecnologia.