O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou uma foto de suas vísceras nas redes sociais
Foto: Reprodução/X @jairbolsonaro

Circula pela internet e por grupos de tios do zap uma foto das tripas de Bolsonaro, divulgada pelo próprio. Fiquei sabendo, mas não vi e não pretendo ver, porque também na área das tripas é preciso estabelecer alguns limites.

Determinei à minha curiosidade que não verei as tripas de Bolsonaro, nem as de Braga Netto e muito menos as de Augusto Heleno. Não tenho o menor interesse na escatologia dos fascistas.

E só comento essa história agora para relembrar um fato de 2020, quando o escritor João Paulo Cuenca escreveu o seguinte no Twitter:

“O brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”.

Reprodução do tuíte de J.P. Cuenca criticando a relação entre o bolsonarismo e a igreja de Edir Macedo

Cuenca fez a sua versão de um texto do francês Jean Meslier, do século 18, que escreveu: “O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.

Mais de 100 pastores de Universal, preocupados com as próprias tripas, processaram Cuenca. Ficou muito descarado demais que as ações eram articuladas e caracterizavam assédio judicial e litigância predatória.

O Ministério Público Federal entrou, em fevereiro desse ano, com ação contra a Igreja Universal, por eles acusada de ter planejado e organizado o ataque ao escritor, na tentativa de silenciá-lo.

As ações têm quase todas a mesma base, seguindo um modelo que teria sido copiado pelos pastores. O MP pede uma indenização de pelo menos R$ 5 milhões a título de danos morais coletivos.

O valor deve ser destinado ao financiamento de projetos de enfrentamento da violência contra jornalistas. O que irá acontecer? Talvez não aconteça nada, ou aconteça algo pela metade.

Como aconteceu com um caso envolvendo o véio da Havan e sua rede de lojas, condenados pela Justiça do Trabalho de Santa Catarina a pagar R$ 85 milhões por danos morais a funcionários coagidos a votar em Bolsonaro em 2022.

O véio fez um acordo com o MP e vai pagar indenização de R$ 1 mil para cada funcionário da seguinte forma: R$ 500 em dinheiro e R$ 500 em vale-compra para que os empregados escolham produtos das próprias lojas do véio condenado.

No caso de Cuenca, imagina-se que seja improvável que, se forem condenados, os processados pelo MP paguem as indenizações com as próprias tripas.

Apesar que hoje tudo pode acontecer, até porque as tripas da extrema direita estão muito valorizadas.

(Lembrado que em 2007 um grupo de 111 pastores da mesma Universal processou a jornalista Elvira Lobato, que havia divulgado na Folha de S. Paulo detalhes das atividades ditas empresariais da organização. Todas as ações foram rejeitadas, porque repetiam o mesmo truque do método usado contra Cuenca.)

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Last Update: 05/05/2025