O presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do Secretário de Estado, Marco Rubio, e do Secretário de Defesa, Pete Hegseth. Foto: Brian Snyder/Reuters

Uma série de mensagens consideradas ultrassecretas do alto escalão do governo Trump foi acidentalmente revelada após o editor-chefe da revista estadunidense The Atlantic, Jeffrey Goldberg, ser incluído em um grupo de comunicação privado no aplicativo Signal.

As conversas, que envolviam o vice-presidente JD Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário de Estado Marco Rubio, revelam críticas contundentes aos aliados europeus e estratégias para justificar operações militares contra os rebeldes Houthis no Iêmen.

“Eu tinha várias dúvidas sobre se esse grupo era real”, afirmou Goldberg na reportagem publicada na segunda-feira (24). A confirmação veio quando os ataques descritos nas mensagens começaram a ser executados por porta-aviões estadunidenses.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional confirmou a autenticidade das mensagens, classificando o episódio como “uma falha extraordinária” de segurança, segundo o The New York Times.

As mensagens mostram um diálogo entre Vance e Hegseth sobre a operação no Iêmen. “Eu apenas odeio salvar a Europa de novo”, criticou o vice-presidente, destacando que apenas “3% do comércio estadunidense passa pelo Canal de Suez”, contra “40% do comércio europeu”.

Hegseth respondeu com igual desdém: “Eu compartilho totalmente do seu desprezo pelos aproveitadores europeus. É patético”.

Mensagens entre membros do governo Trump foram flagradas por Jeffrey Goldberg, da revista The Atlantic. Foto: reprodução

A reportagem revela ainda a estratégia de comunicação planejada pelo governo Trump para justificar os ataques. “A mensagem vai ser difícil de qualquer maneira – ninguém sabe quem são os Houthis – e é por isso que precisamos nos concentrar em: 1) Biden falhou e 2) o Irã financiou”, argumentou Hegseth nas mensagens, demonstrando o foco em contrapor-se à gestão anterior.

Goldberg relatou que o acesso às conversas começou em 11 de março, quando recebeu um convite no Signal de Michael Waltz, assessor de Trump para segurança nacional.

“Eu não conseguia acreditar que a liderança da segurança nacional dos Estados Unidos iria comunicar no Signal sobre planos de guerra iminentes”, escreveu o jornalista, surpreso com a imprudência de incluir um editor-chefe em discussões tão sensíveis.

No dia 15 de março, quando os ataques começaram, Goldberg confirmou a veracidade das informações ao cruzar os dados com reportagens sobre bombardeios em Sanaa, capital do Iêmen.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, admitiu posteriormente a autenticidade do grupo, afirmando que “o sucesso contínuo da operação contra os Houthis demonstra que não houve ameaças aos nossos militares”.

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Last Update: 25/03/2025