O governo Lula sofreu, na semana passada, uma série de derrotas no Congresso Nacional onde, supostamente, seus “aliados” da frente ampla teriam uma maioria que seria capaz de blindar o Executivo de ataques da chamada extrema direita.

Logo na segunda-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou, por 346 votos a 97, o regime de urgência para um projeto que derruba o novo decreto do governo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), proposto pela equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad (PT), que vem atuando como um verdadeiro coveiro do governo Lula. Suas medidas fizeram a rejeição ao governo crescer sem parar, como continuaram a apontar pesquisas de opinião nas últimas semanas.

No dia seguinte, em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), leu o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, abrindo caminho para o início da suposta investigação pelos parlamentares dos descontos ilegais em contracheques de aposentados e pensionistas. A base governista tentava barrar a instalação, porque é evidente que os supostos desvios, mesmo sendo em sua grande maioria originários em governos anteriores, serão usados para atacar o governo atual.

O Congresso também iniciou a derrubada de vetos do presidente Lula, retirando, por exemplo, trechos da lei que cria o marco legal das eólicas offshore. Em um dos vetos derrubados, os parlamentares retomaram o dispositivo que permite a prorrogação, por até 20 anos, dos contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), para favorecer os monopólios privados do setor. A medida deixará a conta de luz mais cara, o que será “debitado”, obviamente, da conta política do governo Lula.

Em aberta chantagem contra o governo, Alcolumbre ainda deu prazo de 25 dias para que se estabeleça um acordo do governo com o Congresso federal sobre os vetos cujas análises foram adiadas pelo plenário.

Na quarta-feira (18), o Conselho de Política Monetária (Copom) se reuniu e aumento a já estratosférica taxa de juros para incríveis 15%, fazendo a política que tem como únicos beneficiários os banqueiros especuladores que já levaram cerca de 54% do orçamento federal deste ano em amortizações, juros e serviços da fraudulenta dívida pública, às custas do roubo do povo brasileiro.

A política de conciliação e capitulação do governo diante dos setores mais poderosos da burguesia e suas máfias políticas em torno da chamada frente ampla se mostra cada vez mais um fracasso total, algo ainda mais claro a medida que se aproximam as eleições de 2026. A burguesia golpista e seus poderosos aparatos políticos e econômicos, que perderam as últimas seis eleições nacionais e foram forçadas a fazer acordos com a esquerda e a extrema direita para continuarem no comando das operações, preparam uma nova operação para derrotar as principais lideranças com apoio popular no País: Lula e Bolsonaro.

Ao mesmo tempo em que leva adiante a operação de perseguição contra Bolsonaro, a burguesia golpista, a direita tradicional, busca fritar e conter todas as iniciativas de Lula, mostrando que a chamada frente ampla serve apenas para conter a possibilidade de reação do governo, que não lança mão de sua arma mais poderosa: a mobilização dos trabalhadores e de suas organizações que o elegeram na defesa de suas reivindicações e dos interesses do povo brasileiro.

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Last Update: 19/06/2025