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Nessa quarta-feira (24), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, discursou perante o Congresso norte-americano. Em seu discurso, destacaram-se as mentiras, calúnias e atrocidades ditas para os congressistas dos EUA.

Dentre as alegações do primeiro-ministro sionista estão as entregas de ajuda alimentar a Gaza, a proteção de civis palestinos e as negociações mediadas com a Resistência Palestina. Todas falsidades ditas por Netaniahu para tentar enganar a comunidade internacional.

Izzat Al-Risheq, membro do birô político do Hamas, declarou que o discurso do governante sionista é “um discurso criminoso repleto de mentiras e uma zombaria da inteligência [do povo]”.

Apesar das mentiras, o responsável pelo maior genocídio do século XXI foi aplaudido pelo Congresso Nacional dos EUA. O caráter fascista e criminoso do imperialismo norte-americano não poderia estar mais escancarado. Estes aplausos ecoaram por todo o mundo como um sinal de alerta e ameaça. Se os fascistas do congresso norte-americano aplaudem o que está ocorrendo na Palestina, não há nada que eles não sejam capazes de fazer.

Fome

Netaniahu criticou o Tribunal Penal Internacional, pois, segundo o genocida, este teria “vergonhosamente” acusado “Israel” de deliberadamente matar de fome a população de Gaza. Declarando que a acusação era um “completo absurdo” e uma “fabricação completa”. Disse ainda que as Forças de Ocupação Israelenses teriam permitido a entrada de mais de 40.000 caminhões de ajuda humanitária em Gaza – equivalente a meio milhão de toneladas de alimentos.

Entretanto, Netaniahu decidiu deixar de lado o fato de que as forças de ocupação bloquearam e bloqueiam deliberadamente as entregas de ajuda na Faixa de Gaza, assim como danifica deliberadamente as mercadorias.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) revelou, em fevereiro, após 5 meses de genocídio, que “Israel” havia bloqueado um carregamento de alimentos que abasteceria mais de 1,1 milhão de pessoas em Gaza – metade da população do enclave.

“Um carregamento de alimentos para 1,1 milhão de pessoas está preso em um porto israelense devido a restrições recentes das autoridades israelenses. 1.049 contêineres de arroz, farinha, grão de bico, açúcar e óleo de cozinha estão presos enquanto as famílias em Gaza enfrentam a fome e a inanição”.

Em abril, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) disse que, durante todo o mês, apenas 392 caminhões de alimentos foram autorizados a entrar em Gaza. O regime sionista alegava que estariam entrando, em média, 300 caminhões por dia, permitindo um aumento da ajuda humanitária. A declaração do PMA desmente descaradamente “Israel”, que permitiu a entrada de menos de 5% do que alegava.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino afirmou que 96% dos palestinos na Faixa de Gaza vivem em situação de fome. A ONU afirmou que seriam necessários um mínimo de 500 caminhões de ajuda humanitária por dia para evitar a fome em Gaza, mesmo com os falsos números ditos por Netaniahu – de 40.000 caminhões desde o início da guerra – apenas 137 caminhões teriam entrado todos os dias desde o início do conflito.

Segundo a agência norte-americana Reuters, um motorista de caminhão de ajuda humanitária disse que seus produtos estavam apodrecendo há um mês no veículo. “Maçãs, bananas, frango e queijo, muitas coisas apodreceram, algumas coisas foram devolvidas e estão sendo vendidas por um quarto do preço (…). Lamento dizer que as cebolas que estamos carregando serão, na melhor das hipóteses, comidas por animais por causa dos vermes nelas contidos”.

Assassinato de Civis

Netaniahu disse aos norte-americanos que era delirante as acusações do Tribunal Penal Internacional de que “Israel” estaria atacando civis palestinos intencionalmente:

“O promotor do Tribunal Penal Internacional acusa Israel de atingir deliberadamente civis. De que diabos ele está falando? As Forças de Defesa de Israel acabaram de distribuir milhões de panfletos, enviar milhões de mensagens de texto, fazer centenas de milhares de ligações telefônicas para tirar os civis palestinos do caminho do perigo”.

Contudo, os palestinos estão sendo incessantemente expulsos de suas terras desde outubro, chegando a uma situação em que não há mais para onde irem. Somando-se a isto, casos documentados apontam que estes supostos panfletos chegam minutos antes do bombardeio sionista, não deixando tempo para que os palestinos se protejam.

As ditas “zonas seguras” feitas por “Israel” para os civis palestinos também são uma grande farsa. Os sionistas atacaram diversas zonas desde o início da guerra. O Escritório de Mídia do Governo reportou que a ocupação israelense cometeu diversos massacres, bombardeando deliberadamente diversos centros de refugiados – incluindo um bombardeio à nordeste de Rafá em que 7 mísseis e bombas foram lançados (cada um pesando mais de uma tonelada).

Após o bombardeio de uma das “zonas seguras” em Rafá, o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que “A alegação de “zonas seguras” é falsa e enganosa”.

“Desde o início da guerra, a maioria das pessoas em Gaza se mudou várias vezes: em média, uma vez por mês. Elas buscaram desesperadamente uma segurança que nunca encontraram”, disse Lazzarini.

Para além do deslocamento forçado, sem aviso prévio e sem destino, o regime sionista autorizou seus soldados a atirarem e executarem a todos os palestinos, sem escrúpulos.

Em declaração à revista +972, seis soldados israelenses relataram que foram autorizados à executarem pessoas sem justificativa alguma. Um dos soldados disse a revista que se avistasse alguém se aproximando “é permitido atirar em seu centro de massa [seu corpo], não no ar (…). É permitido atirar em todo mundo, uma menina, uma mulher idosa”.

O soldado acrescentou que, em novembro, soldados israelenses atiraram em diversos civis durante uma evacuação perto de uma escola na Cidade de Gaza:

“Começou uma batalha lá dentro; as pessoas fugiram. Algumas fugiram para a esquerda, em direção ao mar, [mas] outras correram para a direita, inclusive crianças. Todos os que foram para a direita foram mortos – 15 a 20 pessoas. Havia uma pilha de corpos”.

Negociações com o Hamas

No discurso, Netaniahu disse que “a guerra em Gaza pode terminar amanhã se o Hamas se render, desarmar e devolver todos os reféns, mas se não o fizer, Israel lutará até destruir a capacidade militar do Hamas, acabar com seu domínio em Gaza e trazer todos os nossos reféns para casa”.

Conjuntamente a esta declaração, o primeiro-ministro já havia dito diversas vezes que continuaria o massacre em Gaza até que todos os objetivos de “Israel” fossem alcançados.

Um dos maiores objetivos da campanha do sionista é, supostamente, a libertação dos prisioneiros de guerra. Entretanto, já há pelo menos de 39 prisioneiros assassinados pelo próprio regime sionista – estes 39 são apenas os documentados.

Por outro lado, o Hamas já destacou que um acordo de troca de prisioneiros que devolveria com segurança todos os prisioneiros em troca da libertação de prisioneiros palestinos, o qual “Israel” rejeitou sistematicamente.

“Israel” alega intransigência da liderança política do Hamas para chegar a um acordo. Ainda assim, fontes egípcias disseram a Reuters que “Israel” está tentando conter a opinião pública atrasando as negociações. A intransigência vem, na realidade, por parte do governo sionista, que se quebra acordos e calunia o Hamas, alegando que este seria quem não aceitaria nenhum acordo. Todos os planos de cessar-fogo propostos tiveram uma reação positiva por parte do Hamas, o qual se mostrou extremamente flexível durante as negociações.

Segundo a fonte egípcia, “Israel” estaria “perdendo tempo durante reuniões formais para distanciar a opinião pública israelense de chegar a um acordo, para evitar o colapso da coalizão do governo”.

A possibilidade iminente de colapso do governo sionista é comprovada pelas manifestações que ocorreram em Tel Aviv durante o discurso de Netaniahu em Washington. Milhares de colonos marcharam pelas ruas da cidade enquanto gritavam “Acordo agora! ”. Na “Praça dos Reféns” de Tel Aviv, parentes de prisioneiros israelenses imploraram para que Netaniahu parasse a guerra, dizendo: “Cada dia que passa e nosso povo ainda está lá é uma vergonha para nosso país”.

A situação é tão crítica que o ex-negociador israelense Gershon Baskin disse: “A pressão militar [que Netaniahu vem exercendo para ‘derrotar o Hamas’] de mais de nove meses resultou apenas na morte de reféns e de muitos palestinos não combatentes. Façam um acordo agora! ”.

Declarações do Eixo da Resistência

Várias lideranças do Eixo da Resistência reagiram ao discurso de Netaniahu no Congresso americano. Izzat Al-Risheq, membro do gabinete político do Hamas, criticou o discurso de Netaniahu perante o Congresso dos Estados Unidos, descrevendo-o como “um discurso criminoso repleto de mentiras e uma zombaria da inteligência [do povo]”.

“O discurso de Netaniahu estava cheio de mentiras e não conseguirá encobrir o fracasso e a derrota diante da Resistência para encobrir os crimes da guerra de genocídio que seu exército está cometendo contra o povo de Gaza”, disse Sami Abu Zuhri – autoridade sênior do Hamas.

Ali Abu Shahin, membro do departamento político da Jihad Islâmica Palestina, afirmou que “está claro que Netaniahu não quer parar a guerra genocida contra nosso povo na Faixa de Gaza” e que “o dia seguinte à guerra em Gaza é uma questão palestina e os planos de Netaniahu fracassarão” diante da firmeza do povo palestino e de sua resistência.

O Movimento Palestino al-Mujahideen declarou que “receber o criminos

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Última Atualização: 27/07/2024