O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), disse considerar ínfimas as chances de a Casa analisar neste ano o texto que prevê anistia aos golpistas por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro. Na ocasião, extremistas depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O texto é considerado vital para reabilitar politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível por oito anos.

Pesa contra a articulação de bolsonaristas, segundo o petista, as revelações feitas pela Polícia Federal no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Guimarães afirmou, em entrevista à rádio Opinião (CE) nesta sexta-feira 3, que o debate em torno da proposta ficou “muito reduzido” após vir à tona o plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

“Quando aconteceu a tentativa de golpe, se fosse só aquilo, até construiriam um movimento forte para aprovar a anistia, mesmo com nossas manifestações contrárias. Tinha certo espaço para isso”, observou o parlamentar.

“Mas vieram os fatos subsequentes, as prisões do [Mauro] Cid, do general Braga Neto, o plano para tirar a vida do presidente. Então, o espaço para debater e aprovar isso está muito reduzido”, acrescentou Guimarães. “Não vejo nenhum espaço para isso e nem acho que o presidente da Câmara vá colocar isso para votar”.

A decisão de pautar o assunto para votação na Casa caberá ao sucessor de Arthur Lira (PP-AL) na presidência.

O deputado que tem mais apoio para ser eleito ao posto, em fevereiro, é Hugo Motta (Republicanos-PB). No ano passado, Lira criou uma comissão especial para analisar o projeto, mas a ideia sequer saiu do papel.

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Last Update: 04/01/2025