Depois de praticamente dois anos e meio de trabalho externo, firmando parcerias e acordos bilaterais para desenvolver diversos setores do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve mudar de estratégia nos próximos 18 meses finais de mandato, a fim de recuperar a popularidade do governo, além de viabilizar uma chapa vencedora para as eleições de 2026. 

Apenas em maio, a imagem do Lula 3 sofreu dois reveses: a crise do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em que veio à tona descontos ilegais feitos automaticamente da aposentadoria de idosos – que, apesar de ter início na gestão de Jair Bolsonaro (PL), comprometeu a credibilidade da gestão atual. 

O Planalto tenta contornar ainda a tentativa mal sucedida de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a fim de aumentar a arrecadação, que não foi bem recebida pelo mercado. 

A primeira medida, anunciada durante a entrega de um assentamento no Mato Grosso, é a priorização da agenda nacional, em que Lula vai percorrer o país para combater fake News. Mas, além de combater mentiras, o presidente retoma a proximidade com a população – habilidade que poucos políticos brasileiros têm.

Já anunciada no fim de maio, o governo federal agora vai investir em grandes campanhas publicitárias para divulgar os programas Luz do Povo, que garante a gratuidade de energia elétrica para famílias cadastradas no CadÚnico e que consomem até 80kWh por mês, e o Gás para Todos, em que as famílias de baixa renda receberão botijões de gás de cozinha. 

Na área da saúde, as apostas são o Programa Agora Tem Especialistas, a fim de agilizar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias a partir do aumento da capacidade de atendimento nas redes locais. 

A proposta é, por meio de mutirões, aumentar em até 30% os atendimentos de especialidades em todo o País. 

Outros dois programas para ampliar a popularidade do governo Lula é o Pé-de-Meia, que garante um incentivo financeiro para que jovens de baixa renda concluam o ensino médio. 

Já para a classe média, o Planalto aguarda, para 2026, a aprovação da isenção do Imposto de Renda para trabalhadores cuja renda não ultrapasse R$ 5 mil, atualmente em análise no Congresso. 

Análises

Também em maio, o GGN reflete as estratégias do governo Lula, assim como os impactos de uma possível eleição do nome que, até o momento, parece ser o principal adversário do petista nas próximas eleições: Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

Em 19 de maio, o jornalista Luís Nassif ressaltou que Lula deve enfrentar dois problemas internos. O primeiro deles, o boicote do governo pela mídia tradicional. 

“Ontem, conversei com dois conhecidos que foram à China, acompanhando empresas. O relato é idêntico. De um lado, Lula sendo recebido como líder popular, com o nome sendo comentado nas manchetes de jornais e entre populares. De outro, a extraordinária movimentação de empresários chineses correndo atrás de futuras parcerias com as empresas brasileiras da comitiva. Nada disso chegou pela imprensa. Escondeu-se qualquer sinal de sucesso para se concentrar em uma intriga inverossímil”, observou.

Nassif observou ainda a falta de “vitalidade política, argúcia, planos com cara e assinatura” do chefe de Estado. 

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Last Update: 02/06/2025