A ditadura policial brasileira deu mais um passo importante com a prisão, na semana passada, de João Pedro Silva Barboza, homem de 44 anos acusado de “recrutar” brasileiros para uma organização considerada terrorista. Nesta quinta-feira (19), o portal argentino Infobae revelou “detalhes” de como João Pedro “atuava” para isso.
O suposto grande terrorista participava de um grupo na internet, com o nome “Comando 860”, onde ele compartilhava manuais da organização, mostrando táticas de guerrilha e fabricação de explosivos. Segundo os argentinos, ele era administrador do grupo, que disseminava arquivos de propaganda da organização considerada terrorista, mostrando táticas de guerrilha e fabricação de explosivos.
“O objetivo foi obter elementos de prova da participação desse brasileiro na administração de uma plataforma online de radicalização e recrutamento em prol da organização considerada terrorista”, disse a Polícia Federal (PF) em nota. “O espaço online era voltado ao público brasileiro e vinha sendo empregado com a finalidade recrutar brasileiros, promover organizações terroristas e compartilhar material de doutrinação extremista, manuais de guerrilha, produção e emprego de dispositivos explosivos improvisados”.
As informações publicadas pelo jornal argentino surgiram da investigação do centro de análise norte-americano Atlantic Intelligence Group. Buscando apresentar João Pedro como um grande terrorista, eles informaram que o brasileiro mostrou uma pistola Heckler & Koch Mark 23 com silenciador na sua última postagem, em 11 de setembro, data em que ocorreu o atentado às Torres Gêmeas, em Nova Iorque (Estados Unidos).
“As conversas obtidas mostram que o juramento de lealdade à organização também foi publicado em 11 de setembro. No chat, participantes pediram a tradução dos materiais em inglês ou urdu, idioma oficial do Paquistão. Um deles, que reside na França, afirmou que gostaria de realizar um ataque virtual a um suposto chat da Al Qaeda, definida como ‘nossos inimigos’”, reporta a VEJA.
“A troca de mensagens, que supostamente inclui mais brasileiros, mostra o compartilhamento de revistas da organização, como Dabiq e Rumiyah, e de arquivos nomeados ‘Matar os insolentes é direito de qualquer muçulmano’ e ‘Boas notícias para quem realiza operações de martírio’. Há também circulação de ‘Documentos Militares Brasileiros’, ‘Guia de Mujahidin para Sobreviver e Esconder-se’ e ‘Ciclo de Ginástica da Indústria do Terrorismo’”, continua.
Vê-se, portanto, que a prisão é uma farsa absoluta. O brasileiro foi preso sem ter cometido nenhum crime, apenas por divulgar arquivos de uma organização considerada terrorista no Brasil. João Pedro nem sequer foi pego planejando alguma forma de atentado, estava apenas divulgando a doutrina da organização — à qual, apesar da barbaridade de Lei Antiterrorismo de 2016, ele tem total direito de concordar.
A prisão de Barboza é não apenas um atentado à liberdade de expressão, como não é nem mesmo prevista pela pavorosa lei já citada, sendo, portanto, duplamente vergonhosa. O suspeito foi detido sob a lei que enquadra “promover, estabelecer, integrar ou prestar assistência, pessoalmente ou por meio de um intermediário, a uma organização considerada terrorista” e “realizar atos preparatórios de terrorismo com o objetivo inequívoco de cometer esse crime”.
Como dissemos, não nenhuma evidência real de que Barboza realizava “atos preparatórios de terrorismo”, sendo o outro crime de “promover (etc.)” uma lei tipicamente ditatorial contrária à liberdade de organização. Caso condenado, Barboza pode ser condenado a uma pena de cinco a oito anos de prisão e multa.
É preciso explicar, no entanto, o que está em jogo. Depois da prisão de Lucas Passo, preso numa acusação fajuta de planejar atentados contra sinagogas para o Hesbolá (organização que, além de não ser considerada terrorista pelo Brasil, não está atacando nenhuma sinagoga ao redor do mundo), ficou evidente que a polícia brasileira está totalmente dominada pelo sionismo.
Nesse caso, novamente, isso está mais do que claro. Mais uma vez atuou como personagem dominante a Argentina, país com maior presença do sionismo na América Latina e cujo presidente, atualmente, é um fervoroso sionista.
É nítido que a prisão de Barboza ocorreu a mando do Mossad, do FBI e da CIA, que controlam completamente a polícia brasileira e um setor importante do Judiciário. Barboza nem mesmo tinha um histórico de atos criminosos. A VEJA escreve que “o brasileiro defendia a criação estabelecimento de um Califado na América Latina”, um direito dele, e que “ele já havia sido impedido de entrar no Paraguai em 2022”. Por algum ato terrorista? Não, apenas por tentar cruzar a Ponte da Amizade com uma faca com inscrições do Alcorão. Foi o máximo que conseguiram resgatar.
A esquerda precisa denunciar a prisão de Barboza e sair às ruas contra o sionismo, em defesa da Palestina, uma luta que não é apenas contra o governo de “Israel”, mas também contra os agentes do sionismo e do imperialismo no Brasil.