A arrecadação de tributos federais somou R$ 230,152 bilhões em maio, registrando um crescimento real de 7,66% na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pela Receita Federal. Trata-se do maior valor já arrecadado para o mês desde o início da série histórica do órgão, iniciada em 1995.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a arrecadação total chegou a R$ 1,191 trilhão, alta real de 3,95% sobre o mesmo período do ano anterior, com os valores já corrigidos pela inflação.

Receita da União puxa crescimento

Do total arrecadado em maio, R$ 223,750 bilhões correspondem aos tributos administrados diretamente pela Receita Federal, que incluem os principais impostos e contribuições sob responsabilidade da União. Esse montante representa um aumento real de 8,02% em relação a maio de 2024.

No acumulado de janeiro a maio, esses tributos totalizaram R$ 1,138 trilhão, avanço real de 4,62% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado.

A Receita Federal apontou como fatores para o crescimento o comportamento de indicadores macroeconômicos, o desempenho do comércio exterior — impulsionado por elevação nas alíquotas médias e variação cambial — e o aumento da arrecadação do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre capital, influenciado pela manutenção da taxa Selic em patamar elevado.

PIS, Cofins e IRRF se destacam no mês

Entre os tributos com maior crescimento em maio, a arrecadação conjunta de PIS/Pasep e Cofins somou R$ 46,951 bilhões, o que representa uma alta real de 10,01%. Esses tributos incidem sobre o faturamento das empresas e tiveram desempenho positivo no período.

Outro destaque foi o IRRF sobre rendimentos de residentes no exterior, cuja arrecadação avançou 50,94% em relação ao mesmo mês do ano anterior, alcançando R$ 7,522 bilhões. A Receita Previdenciária também teve desempenho positivo, com crescimento real de 5,86% e arrecadação de R$ 57,610 bilhões em maio.

Comércio exterior impulsiona receita no acumulado do ano

Entre janeiro e maio, além do avanço no PIS/Pasep, Cofins e na Receita Previdenciária, a Receita Federal destacou o crescimento na arrecadação de tributos ligados ao comércio internacional. O Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação geraram R$ 51,046 bilhões no período, aumento real de 29,79% frente ao mesmo intervalo de 2024.

Esse crescimento é atribuído principalmente ao aumento das alíquotas efetivas aplicadas nas operações de importação e à valorização do dólar frente ao real, que impacta o valor tributável das mercadorias importadas.

Receita com royalties registra queda

Em sentido contrário, as receitas administradas por outros órgãos federais — nas quais se incluem os royalties da exploração de petróleo — apresentaram retração. Em maio, a queda foi de 3,52% em relação ao mesmo mês de 2024, totalizando R$ 6,401 bilhões.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, essas receitas recuaram 8,52% em termos reais, somando R$ 52,788 bilhões. A retração nesse segmento compensou parcialmente o crescimento verificado nos tributos sob responsabilidade direta da Receita Federal.

Resultado fortalece estratégia da equipe econômica

Os dados divulgados pela Receita Federal são acompanhados de perto pela equipe econômica, que busca cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2025. O aumento da arrecadação nos principais tributos é apontado como fator essencial para atingir esse objetivo, especialmente diante das limitações para cortes adicionais de gastos.

Segundo técnicos do governo, o desempenho das receitas federais no primeiro semestre tende a fornecer maior previsibilidade para as projeções fiscais do segundo semestre. A equipe do Ministério da Fazenda também aguarda o comportamento da arrecadação nos meses seguintes para avaliar a necessidade de medidas complementares de ajuste fiscal.

Próximos dados e projeções

A Receita Federal continuará monitorando o comportamento da arrecadação tributária nos próximos meses, especialmente no contexto de possíveis variações nos indicadores econômicos e nas decisões de política monetária.

A expectativa é de que os próximos resultados permitam consolidar o ritmo de crescimento observado até maio. O próximo boletim de arrecadação federal está previsto para ser divulgado em julho, com os dados de junho já consolidados.

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Last Update: 26/06/2025