Nesta quarta-feira (18), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) participou em Buenos Aires de um grande ato de solidariedade à ex-presidenta Cristina Kirchner, vítima de perseguição político-judicial e condenada à prisão, na semana passada. além da perda perpétua dos seus direitos políticos.

Paulo Pimenta representou a direção nacional do Partido dos Trabalhadores na manifestação que reuniu centenas de milhares de argentinos e argentinas na histórica marcha #ArgentinaComCristina, que se concentrou na esquina da Avenida San Juan com a rua San José, no bairro Constitución, onde reside a ex-presidente. Em seguida, a marcha percorreu ruas e avenidas do centro da cidade.

Também a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Laura Sito, marcou presença na marcha realizada em Buenos Aires.

“Uma marcha pela democracia, uma marcha de denúncia da perseguição, e é histórico para nós estarmos aqui representando o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, o Partido do Presidente Lula”, afirmou Pimenta.

Em entrevista a jornais argentinos, Pimenta afirmou que “nosso objetivo é ver Cristina livre”. O deputado também disse que “a ex-presidenta está passando pelo que passou o presidente Lula, no Brasil, e Rafael Correa, no Equador”, em referência à perseguição política e jurídica que atingiu os dois líderes sul-americanos.

“Se os líderes políticos não se rendem, a perseguição termina convertendo-se em um elemento de mobilização social”, afirmou Pimenta ao jornal Página 12.

Apesar de estar na Argentina para participar da mobilização em defesa de Cristina Kirchner, o deputado Paulo Pimenta afirmou em suas redes sociais que também estava “ligado aos últimos acontecimentos no Rio Grande do Sul”, que vem sendo atingido por fortes chuvas. Segundo ele, a seu convite, o secretário nacional de Defesa Civil, Wolney Woff, estará nesta sexta-feira (19) no estado para que eles possam acompanhar de perto a situação.

Pimenta também falou sobre o assassinato da vereadora petista Elisane Santos, da cidade gaúcha de Formigueiro. “Nós estamos acompanhando as investigações sobre o assassinato da nossa vereadora Elisane, de Formigueira, uma pessoa próxima do nosso mandato, muito querida na região de Santa Maria, que foi brutalmente assassinada com mais de 10 facadas na altura do pescoço”.

Perseguição política e condenação

A exemplo do que também ocorreu com o presidente Lula, a ex-presidenta Cristina Kirchner, desde que deixou o cargo, em 2015, enfrenta uma perseguição política que emprega também o lawfare – o uso político do Judiciário para a concretização de objetivos políticos – e também uma campanha de ódio, mentiras e violência sistemática por parte da direita em todas as suas expressões, inclusive os grandes meios de comunicação.

Em setembro de 2022, a ex-presidenta chegou a ser vítima de uma tentativa de assassinato frustrada, por conta de uma falha na arma do criminoso, um militante de extrema-direita, apoiador de Javier Milei e nascido no Brasil.

Na semana passada, poucos dias após Cristina anunciar sua candidatura a deputada na província de Buenos Aires, em eleição legislativa que ocorrerá em setembro, a Suprema Corte rejeitou o último recurso pendente antes da confirmação da sentença a seis anos de prisão. Além da pena de prisão, que deverá ser cumprida no seu domicílio, por conta da sua idade, foi confirmada também a inelegibilidade eterna da líder peronista, o que os argentinos já experimentaram na história recente, com Juan Domingo Perón ficando proscrito da vida política por 18 anos (1955-1973).

A condenação imposta a Cristina Kirchner não tem uma única prova de ato criminoso que ela tenha cometido, mas foi utilizada pelos juízes e procuradores uma espécie de “teoria do domínio do fato”, largamente utilizada no passado pelo ex-ministro Joaquim Barbosa para condenar lideranças petistas no STF.

Da Redação

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Last Update: 18/06/2025