O que começou como uma investigação sobre supostos contratos irregulares envolvendo o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández pode se desdobrar em um caso de violência contra a mulher.
O episódio foi revelado no último fim de semana pelo jornal Clarín, que divulgou mensagens indicando que o ex-mandatário teria praticado violência de gênero contra a ex-primeira dama Fabiola Yañez.
Em março, o Ministério Público da Argentina denunciou Fernández por abuso de autoridade e peculato por editar, em 2021, um decreto determinando que todos os entes do Estado contratassem serviços de seguro exclusivamente ao grupo Nación Seguros. O ex-presidente negou relação com o caso e disse ter “a tranquilidade de que não fez nada indevido”.
Ao avançar nas investigações, segundo a publicação, a Justiça realizou perícias no celular da secretária do peronista, María Cantero. No aparelho, o juíz responsável pelo caso, Julián Ercolini, identificou uma troca de mensagens entre Cantero e a ex-primeira-dama.
De acordo com a imprensa argentina, Yañez narrava à ex-secretária um episódio de violência de gênero que teria sofrido de Fernández. O caso teria acontecido na Quinta de Olivos, residência oficial do presidente argentino, quando Fernández estava no poder.
Não há detalhes, porém, sobre como a suposta violência teria sido praticada. Conforme o periódico, o caso foi enviado para o Gabinete de Violência de Gênero da Suprema Corte. A ex-primeira-dama, porém, teria se recusado a prestar queixa, o que teria forçado a Justiça a arquivar o caso.
O advogado de Alberto Fernández, Juan Pablo Fioribello, reconheceu que Cantero e Yañez conversaram sobre o caso, mas afirmou que não teve acesso às supostas mensagens.
Segundo o advogado, Fernández “negou categoricamente ter feito isso que dizem”. Ao diário, ele disse que se tratou de um caso particular em que ambos tiveram uma discussão ríspida, mas que não teria havido violência física.
O ex-presidente argentino ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, assim como Fabiola Yañez.