O governo argentino, liderado por Javier Milei, enviou ao Congresso um projeto de lei que visa reduzir a maioridade penal para 13 anos. A proposta foi anunciada pela ministra de Segurança, Sofia Rodriguez, e do Justiça, Carlos Silva. O governo solicitou urgência na aprovação da medida, conforme comunicado do Ministério de Segurança.
Mudança na Legislação Penal
Atualmente, a maioridade penal na Argentina é de 16 anos. Segundo Sofia Rodriguez, o objetivo da nova legislação é “proteger o cidadão argentino diante do delito” e “acabar com a impunidade”. O projeto, denominado “Regime Penal Juvenil”, introduz um novo regime penal para adolescentes de 13 a 18 anos que cometerem crimes, com penas que podem chegar até 20 anos de prisão, de acordo com o jornal La Nación.
Críticas da ONU
A ONU se posiciona contra a redução da maioridade penal, argumentando que é necessário abordar os problemas sociais que levam à criminalidade juvenil, em vez de tratar crianças como adultos. Essa posição está alinhada com a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), adotada em 1989 pela Assembleia das Nações Unidas.
Declarações de Sofia Rodriguez
“Esse é um tema que todos os governos foram empurrando ano após ano e que custa vidas dos argentinos. O populismo e a mentira do Estado presente e a catástrofe educativa deixaram o país sem a possibilidade de se proteger diante do delito. Este projeto de lei vem para acabar com a impunidade”, declarou a ministra de Milei.
Sofia Rodriguez completou: “É importante que os jovens tenham oportunidades, mas a principal oportunidade é viver numa comunidade que tenha baixos níveis de delito, que baixe a quantidade de jovens delinquentes. Aquele que o faça tem que saber que se fizer, tem que pagar”.
Detalhes do Projeto de Lei
O novo projeto de lei prevê que adolescentes de 13 a 18 anos que cometerem crimes poderão ser “privados de liberdade” em estabelecimentos especiais ou em seções separadas nas penitenciárias, sob a supervisão de pessoal qualificado. Os pais serão informados sobre a imputação e os atos processuais.
Em casos de liberdade condicional, medidas complementares como programas educativos, capacitação laboral, acesso a serviços de saúde, e tratamento médico ou psicológico serão aplicadas.
Combate ao Crime Organizado
O ministro da Justiça, Carlos Silva, afirmou que o projeto busca combater a utilização de menores pelo crime organizado para escapar de responsabilidades penais. “O crescimento da criminalidade juvenil é um dos maiores desafios para a prosperidade da nossa nação”, disse ele, justificando a necessidade da nova lei.
Contexto Histórico
Sofia Rodriguez já havia tentado reduzir a maioridade penal para 15 anos em 2019, durante a presidência de Mauricio Macri. Em 2017, o então ministro da Justiça, Germán Garavano, também propôs uma redução para 14 anos, mas nenhuma das iniciativas foi aprovada.
Comparações Internacionais
No Brasil, a maioridade penal é de 18 anos, mas crianças podem ser responsabilizadas a partir dos 12 anos, com internações em instituições como a Fundação Casa, em São Paulo.
Posição da ONU e da CDC
A ONU defende que infrações cometidas por adolescentes devem ser tratadas como indicadores de restrição de acesso a direitos fundamentais, cidadania e justiça, e não exclusivamente como questões de segurança pública. A CDC estabelece que nenhuma pessoa menor de 18 anos pode ser julgada como um adulto e que a privação da liberdade deve ser uma medida de último recurso.
Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link