O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, está sendo acusado de “agressão física e mental” pela ex-companheira Fabiola Yáñez. O caso está sendo investigado pela Justiça do país. Fernández nega as acusações.
As denúncias da ex-primeira-dama argentina foram tornadas públicas no dia 6 de agosto, quando jornais do país noticiaram que a Justiça teve acesso a mensagens e fotos de agressões sofridas por Yáñez, durante a apreensão do celular da ex-secretária de Fernández, María Cantero, em outra investigação sobre suposta corrupção do governo.
Na semana passada, o ex-presidente afirmou que as acusações eram falsas e que iria “levar à Justiça as provas e depoimentos” de sua inocência.
“A verdade dos fatos é outra. Só vou dizer que é falso e que aquilo de que vocês agora me acusam nunca aconteceu. Pela integridade dos meus filhos, da minha e também da própria Fabíola, não farei declarações à mídia, mas sim levarei à Justiça as provas e depoimentos que revelarão o que realmente aconteceu”, escreveu, na rede social X, no dia 6 de agosto.
Neste final de semana, em entrevista ao jornal argentino Infobae, Yáñez descreveu as acusações contra o ex-presidente. Ela relatou ter sofrido violência física, terrorismo psicológico e assédio do ex-presidente. O jornal divulgou fotos da ex-primeira-dama com hematomas das supostas agressões de Fernández.
Nesta terça-feira (13), outro jornal argentino, o Clarín, noticiou que Fabiola Yañez afirmou que começou a ter “problemas com alcoolismo” após sofrer agressões de Alberto Fernández. Ao periódico, Yañez fez outras acusações contra o argentino, incluindo ter pressionado ela a cometer aborto, envolvimento em infidelidades e vícios com álcool e maconha.
“Os meus problemas com o álcool começaram por causa das agressões de Alberto Fernández”, disse. Segundo ela, após sofrer aborto, ela começou a alcoolizar-se e “não conseguia parar”. “Da mesma forma, Alberto também consumia álcool e maconha com frequência.”
Nesta terça, o ex-presidente voltou a se manifestar, negando as acusações e afirmando que teve “discussões veementes” com a ex-esposa. “Nós, como todo casal, tivemos discussões. Algumas mais veementes e outras menos veementes. Preciso saber do que ela está falando. Com esse critério também poderia dizer a mesma coisa”, disse, ao El Pais.
“Estou sendo acusado de algo que não fiz. Eu não bati na Fabiola. Nunca bati em mulher. Vi as fotos na mídia, mas ainda não tive acesso à causa. Eles nunca chegaram ao meu conhecimento de forma alguma. O que vou fazer é esperar, ir ao tribunal e deixar a justiça governar”, completou.
Também nesta terça, a advogada do ex-presidente afirmou que a justiça argentina está cerceando a defesa de Fernández, impedindo a participação dos advogados nos depoimentos que estão sendo prestados pela ex-primeira-dama.
O juiz do caso alegou que a participação da advogada do ex-presidente poderia “revitimizar” a vítima.
“Se ela consegue dar declarações televisivas durante muitas horas como fez, e expor-se publicamente a toda a sociedade, a situação [participação de advogados de Fernández] não a revitimiza tanto. Por que não se permite os questionamentos desta defesa para que meu cliente possa exercer seu direito constitucional?”, questionou advogada Silvina Irene Carreiras, nesta manhã.
A Justiça proibiu que Alberto Fernández saia do país e se comunique e se aproxime da ex-esposa, que vive com o filho na Espanha.