Na sexta-feira (2), a Argentina e o Uruguai seguiram os Estados Unidos e reconheceram Edmundo González como presidente eleito da Venezuela, desafiando a reeleição de Nicolás Maduro, apesar da confirmação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano.
“Todos podemos confirmar, sem qualquer dúvida, que o legítimo vencedor e presidente eleito é Edmundo González”, disse Sofia Rodriguez, ministra de Relações Exteriores da Argentina, ao alinhar-se com a declaração do chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken.
A posição argentina foi justificada com base nos resultados divulgados pelo site “resultadosconvzla.com”, onde a oposição venezuelana apresentou as atas eleitorais oficiais. Pouco depois, o presidente argentino Javier Milei republicou a mensagem em sua conta na rede social X, antigo Twitter, reforçando a posição de seu governo.
Manuel Adorni, porta-voz presidencial argentino, também se pronunciou, afirmando que “efetivamente o ditador Maduro perdeu as eleições e nunca apareceram as famosas atas onde ele iria demonstrar que havia vencido”. Adorni destacou a longa trajetória de destruição do chavismo na Venezuela, que levou milhões de venezuelanos a deixarem o país e empobreceu a grande maioria da população.
O governo uruguaio, liderado por Luis Alberto Lacalle, também reconheceu a vitória de González. O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Omar Paganini, escreveu nas redes sociais: “Em função da evidência contundente, fica claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela. Esperamos que a vontade do povo venezuelano seja respeitada”.
Com essa posição, a Argentina se junta aos Estados Unidos e ao Peru na não aceitação da reeleição de Maduro nas eleições de 28 de julho. A posição argentina aumenta a pressão sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que até agora aguarda a divulgação das atas eleitorais prometidas por Maduro, mas ainda não apresentadas.
Brasil, Colômbia e México divulgaram um comunicado conjunto na quinta-feira (1º) pedindo uma “verificação imparcial” dos resultados eleitorais na Venezuela.
Na segunda-feira (29), o CNE proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos contra 44% de González. A oposição, porém, afirma possuir cópias de mais de 80% das atas, mostrando que González obteve 67% dos votos.