Após a retirada dos diplomatas argentinos e peruanos da Venezuela pelo presidente Nicolás Maduro, o Brasil assume temporariamente a representação desses países em Caracas. Nesta quinta-feira (1º), os representantes da Argentina e do Peru começarão a deixar o país.
Como resultado, os dois países solicitaram ao Brasil que represente seus interesses em Caracas. Segundo o jornal O Globo, a Argentina já recebeu uma aceitação oficial para essa representação, e o Peru também deve ter sua solicitação aprovada de forma semelhante.
A embaixada do Brasil na Venezuela ficará responsável pela administração dos imóveis das embaixadas e consulados argentinos e peruanos. Isso inclui a gestão de arquivos e documentação, além da possibilidade de tratar de assuntos diplomáticos em nome dessas nações com as autoridades venezuelanas. Este procedimento lembra a atuação da Suíça em Cuba, representando os interesses dos Estados Unidos.
Um problema urgente que o governo argentino precisará resolver é a situação de seis opositores do presidente Nicolás Maduro que estão refugiados na embaixada argentina. Há preocupações com possíveis invasões por grupos chavistas.
O assessor internacional do Palácio do Planalto, Celso Amorim, fez um apelo a Maduro para evitar qualquer ação que pudesse levar a uma catástrofe. Esse pedido foi feito a partir de uma solicitação da chanceler argentina, Diana Mondino, ao ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira.
Na segunda-feira (29), o atual chefe do governo venezuelano anunciou o rompimento das relações diplomáticas com a Argentina, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Chile, Panamá e Uruguai. Todos esses países questionaram os resultados das eleições na Venezuela.
Em contraste, um grupo de nações, incluindo Brasil, Colômbia e México, aguarda a apresentação dos boletins de urna para a contagem dos votos. A oposição alega que o diplomata Edmundo González foi o vencedor das eleições.