A reforma econômica de Javier Milei já está gerando impactos duradouros na Argentina, ampliando a desigualdade social em um país economicamente fragilizado. O coeficiente de Gini, que calcula a desigualdade na distribuição da riqueza, foi de 0,467 no primeiro trimestre de 2024, revelando um “aumento significativo da desigualdade” no país. Dados do ano passado mostravam que 42% da população argentina vivia na linha da pobreza.
E os novos números mostram que o cenário atual não mudará. Enquanto a inflação está a 272%, os salários informais aumentaram 136% em termos anuais, e tampouco as remunerações dos assalariados do setor privado alcançaram os índices de inflação, com aumento de 248%.
A consultoria Equilibra revela que os salários de trabalhadores formais caíram 14% no primeiro trimestre deste ano, e de trabalhadores informais a queda foi de 22%, se comparados à inflação.
A consultoria Vision, sob comando do ex-ministro de Economia Martin Guzman, revela que o índice de desigualdade de rendimentos, o coeficiente Gini, disparou este ano para o nível mais elevado desde 2005, governo de Néstor Kirchner e quando o país estava se recuperando de uma de suas piores crises.
Ainda assim, dados de popularidade mostram que os índices de aprovação do governo de Javier Milei é correspondente à metade da população argentina.
De dezembro para cá, os preços da cesta básica de bens e serviços subiram mais de 100%. Assim, o pequeno aumento dos salários de trabalhadores formais, e menos ainda dos informais, não alcança as subidas dos preços, gerando uma queda brusca no poder de compra da população.