O líder eclesiástico da cidade espanhola de Burgos pediu, na segunda-feira 24, que dez freiras excomungadas abandonassem seu convento.
“Dada a excomunhão e a expulsão da vida consagrada, as dez freiras não têm nenhum título legal para permanecer nos mosteiros e edifícios anexos, portanto, terão de deixá-los”, disse o líder eclesiástico em uma coletiva de imprensa.
“Se não houver saída voluntária em um futuro próximo, os serviços jurídicos não terão outra escolha a não ser iniciar uma ação legal”, advertiu o líder eclesiástico.
“Não estabelecemos um prazo, um prazo prudencial, não queremos agir precipitadamente, queremos ser muito respeitosos e esperamos que elas percebam que, como não são mais freiras, não pertencem aos mosteiros e não deveriam estar naquele lugar.”
As dez irmãs vivem no convento de Santa Clara na cidade de Belorado, um local do século XV.
As religiosas decidiram abandonar a Igreja e se colocar sob a autoridade de um sacerdote excomungado, Pablo de Rojas Sánchez-Franco.
O assunto eclodiu em um contexto de disputa pela propriedade e acusações de pertencimento a uma seita.
O sacerdote excomungado é o fundador da “Pia União de São Paulo Apóstolo” e afirma pertencer ao “sedevacantismo”, movimento que considera hereges todos os papas que sucederam Pio XII.
Foi a anulação da compra de um convento no País Basco espanhol que desencadeou o conflito.
Também afirmam ser perseguidas por sua hierarquia.
No início de junho, o arcebispo de Burgo enviou vários representantes para exigir, em vão, a entrega das chaves de seu convento.