O arcabouço fiscal brasileiro enfrenta uma crescente perda de credibilidade como âncora para a estabilidade econômica, segundo relatório divulgado pelo Itaú BBA. Os economistas Thales Guimarães e Pedro Schneider  (foto/reprodução internet)apontam que a piora na percepção fiscal está elevando o prêmio de risco do mercado, impulsionada pelo aumento da dívida pública e pela ausência de medidas robustas para garantir sua sustentabilidade no médio prazo. Mesmo com a aprovação de pacotes para aliviar a deterioração fiscal, o crescimento da dívida pública em média 4% do PIB ao ano, projetando um índice de 85% do PIB em 2026, reforça a necessidade de ajustes.

 Para conter esse avanço, o banco recomenda reduzir o teto de crescimento das despesas primárias de 2,5% para 1,5%, o que poderia melhorar o resultado primário em 0,4% do PIB até 2026 e antecipar a estabilização da dívida para 2030, em níveis entre 85% e 90% do PIB, contra os 120% projetados para 2050 na regra atual. Além disso, o Itaú BBA sugere medidas como limitar o aumento do salário-mínimo e de gastos obrigatórios à inflação, combater supersalários, reduzir subsídios e controlar programas como o Minha Casa Minha Vida. Essas ações poderiam reforçar a credibilidade do arcabouço, atrair investidores e reduzir os prêmios de risco, promovendo um ciclo econômico mais estável e favorável ao real frente ao dólar.

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Last Update: 16/01/2025