Promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, apresentada junto com o pacote de corte de gastos no final de novembro, tem a aprovação de 75% dos brasileiros.
Na ponta oposta, 20% desaprovaram a nova faixa de isenção e 5% não souberam ou não quiseram responder. As informações fazem parte de pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (11).
Um dado importante é que boa parte dos que aprovam a medida compõe segmentos com recebimentos mais altos e que não serão beneficiados caso a isenção seja aprovada no Congresso. No grupo dos que ganham mais de 5 salários mínimos (R$ 7 mil), os que são favoráveis somam 82% e os que são contrários, 16%.
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Entre os que recebem de dois a cinco salários mínimos (de R$ 2,8 mil a R$ 7 mil), a aprovação é de 78% e a desaprovação, 18%. O menor percentual de apoio está entre os que recebem até dois salários mínimos, com 68%, contra 25% que não apoiam.
A medida agradou eleitores de Lula e de Bolsonaro, curiosamente com leve vantagem para os do segundo. Entre os que votaram no atual presidente, 75% aprovam e 20%, desaprovam, enquanto entre os que escolheram o ex-presidente, os percentuais foram, respectivamente, de 77% e 19%. Já os que dizem ter votado branco ou nulo apresentaram índices de 74% e 21%.
Outro dado relevante, que talvez revele certa dificuldade na comunicação do governo, diz respeito aos que disseram não saber da proposta. A maioria dos entrevistados, 56%, responderam que só tomaram conhecimento ao serem questionados pelo pesquisador e outros 43% afirmaram saber.
Os mais bem informados sobre o assunto, 55%, têm rendas mais altas, chegando a 35% entre os que têm rendas menores.
A proposta de isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil foi anunciada no final de novembro, juntamente com o pacote de corte de gastos. Para compensá-la, o governo propôs aumentar para 10% a alíquota de quem recebe mais de R$ 50 mil. Atualmente, são isentos os que recebem até R$ 2,8 mil.
A Quaest entrevistou 8,5 mil pessoas em todo o país entre os dias 4 e 9 de dezembro, de forma presencial. A margem de erro é de um ponto percentual, e o nível de confiança é de 95%.
Com agências