A aprovação do governo Lula (PT) voltou a crescer e atingiu 43%, aponta a nova pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (16). O índice representa uma oscilação positiva de três pontos em relação ao levantamento anterior, feito em junho. Ao mesmo tempo, a desaprovação caiu de 57% para 53%, uma redução de quatro pontos no limite da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.

É a menor diferença entre aprovação e reprovação desde janeiro, agora de 10 pontos, indicando uma recuperação da imagem do presidente, ainda que ele continue mais desaprovado que aprovado. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e feita entre os dias 10 e 14 de julho, com 2.004 entrevistas presenciais em 120 municípios.

Sudeste, classe média e mulheres puxam retomada

A principal mudança detectada pela pesquisa ocorreu entre os eleitores de classe média, com ensino superior completo e moradores do Sudeste. Nestes segmentos, Lula teve a maior recuperação desde o início de seu mandato. A avaliação positiva cresceu 12 pontos entre os mais escolarizados, enquanto a desaprovação caiu 11, reduzindo a diferença de 31 para apenas 7 pontos.

Na região Sudeste, o saldo negativo entre aprovação e desaprovação caiu pela metade: de 32 para 16 pontos. Entre eleitores de 35 a 59 anos, a diferença também encolheu significativamente, saindo de 21 pontos para 8, configurando um possível empate técnico.

As mulheres, que eram o grupo mais crítico ao governo em junho, agora voltaram a registrar avaliação equilibrada dentro da margem de erro.

“Governo virou protagonista”

O diretor da Quaest, Felipe Nunes, avalia que o movimento é reflexo da atuação mais incisiva do governo nas últimas semanas. “A recuperação do governo aconteceu entre quem é de classe média, que tem alta escolaridade, no Sudeste. São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas de Trump, e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui, por isso passam a apoiar o governo”, afirmou.

Segundo ele, o governo Lula conseguiu mudar de posição no debate público: “Saiu de coadjuvante para protagonista na pauta pública nacional. Depois de conseguir pautar uma parte da sociedade, a ala mais petista, na taxação dos super-ricos, agora conseguiu pautar os setores médios, menos ideológicos e mais informados, com uma agenda que unificou a esquerda e dividiu a direita”, completou.

Avaliação geral ainda indica desafios

Apesar da melhora nos índices de aprovação, a avaliação geral do governo segue dividida. Para 40% dos entrevistados, o desempenho da gestão é negativo. Já 28% avaliam como positivo, mesmo percentual de junho. Outros 28% consideram o governo regular, e 4% não souberam ou não responderam.

A Quaest também apontou mudanças no sentimento da população em relação à economia. A parcela que acredita que a situação econômica piorou nos últimos 12 meses caiu de 48% para 46%. Os que acham que melhorou subiram de 18% para 21%. No entanto, há um aumento do pessimismo em relação ao futuro: 43% acreditam que a economia vai piorar nos próximos 12 meses (eram 30%), enquanto os que apostam em melhora caíram de 45% para 35%.

Conflito com o Congresso e taxação dos ricos

O levantamento mostra que o embate entre Executivo e Congresso é visto de forma negativa por 79% dos entrevistados, que acreditam que os conflitos mais atrapalham do que ajudam o país.

Sobre propostas tributárias, 63% dos brasileiros defendem que o governo aumente os impostos dos mais ricos para reduzir os tributos dos mais pobres. Em contrapartida, 33% são contrários à ideia. No entanto, 53% afirmam não concordar com o discurso que coloca ricos contra pobres.

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Last Update: 16/07/2025