Valor representa aumento de 70% em comparação à 2023. Na quarta (29), o ministro Ricardo Lewandowski apresentou um balanço das ações da PF, que incluem uma redução expressiva na concessão de registros e portes de armas de fogo
O Brasil governado pelo presidente Lula é um país que, ao contrário do seu antecessor, promove o desarmamento, reduz o desmatamento e combate o crime organizado. Prova disso é o crescimento de 70% nas apreensões de bens e dinheiro das facções criminosas em 2024, o que corresponde a R$ 5,6 bilhões, superando os R$ 3,3 bilhões registrados em 2023.
Os dados estão no balanço das ações da Polícia Federal (PF) apresentado nesta quarta-feira (29) por Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, no Palácio da Justiça em Brasília. O número de apreensões demonstra que a PF está descapitalizando o crime organizado no país, segundo o ministro.
“Esses dados não apenas demonstram o êxito das operações, mas também o impacto direto na redução da capacidade de ação de facções criminosas em nosso país”, avaliou Lewandowski na apresentação do documento que apontou diversos avanços como a alta nas apreensões de drogas, redução expressiva na concessão de registros e portes de armas de fogo, redução do desmatamento e fortalecimento da cooperação internacional para o combate ao crime organizado.
O ministro destacou ainda que os bons números são “resultado de um trabalho incansável, que se propõe não só ao combate ostensivo ao crime organizado, mas também à desarticulação das estruturas financeiras dessas organizações”. Nas redes sociais, o Ministério da Justiça destacou os resultados exitosos do trabalho da equipe com a intensificação das ações e o prejuízo imposto ao crime organizado que atua no país.
A Polícia Federal (PF) intensificou o combate ao crime organizado e, em 2024, impôs prejuízo de R$ 5,6 bilhões a facções criminosas. O valor representa um aumento de 70% em relação ao ano anterior, quando o dano à criminalidade foi de R$ 3,3 bilhões. pic.twitter.com/orxGTRvPs4
— Ministério da Justiça e Segurança Pública (@mjspgov) January 30, 2025
Profissionalismo da PF, pilar da democracia
Lewandowsky falou também da finalização do inquérito sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.”A elucidação desses crimes, que por anos permearam a sociedade brasileira com a sensação de impunidade, foi mais uma vitória do trabalho diligente da Polícia Federal”, salientou o ministro, ao destacar o elevado grau de profissionalismo da PF, que em 2024 completou 80 anos.
“Em um contexto no qual muitos ainda flertam com o autoritarismo, a Polícia Federal tem sido uma das principais responsáveis pela preservação do nosso Estado Democrático de Direito, com a devida imparcialidade e estrito respeito à Constituição”, completou o ministro.
Armas e drogas
A quantidade de emissões de porte de armas de fogo para uso pessoal caiu 30% no ano passado. Foram 1.727 registros ante 2.469 em 2023. A PF também registrou queda de 11,6% nas emissões de registros de armas de fogo. Em 2023, foram 28.402 registros. No ano passado, 25.097 emissões foram feitas.
“Este governo tem a política de desarmar a população. Dificultar tanto o registro quanto o porte de arma. O cidadão comum não precisa de arma no seu cotidiano. Essas armas muitas vezes vão cair nas mãos dos criminosos”, apontou.
Em 2024 a PF apreendeu 74,5 toneladas de cocaína, número 2,8% maior que a quantidade apreendida em 2023. Houve aumento de 15% nas apreensões de maconha e de 20,7% na de ecstasy. Na rede social X, o Ministério da Justiça publicou números sobre prisões em flagrante, combate a crimes ambientais e atuação em fronteiras.
A Polícia Federal (PF) intensificou o combate ao crime organizado e, em 2024, impôs prejuízo de R$ 5,6 bilhões a facções criminosas. O valor representa um aumento de 70% em relação ao ano anterior, quando o dano à criminalidade foi de R$ 3,3 bilhões. pic.twitter.com/orxGTRvPs4
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Crimes ambientais e cooperação internacional
Em todo o Brasil foi registrada queda de 30% nas áreas desmatadas, passando de 16,5 mil quilômetros quadrados (km²) em 2023 para 11,5 mil km². Ao todo, foram instaurados 5.690 inquéritos policiais sobre temáticas ambientais.
O Programa Amazônia Mais Segura (Amas) investiu R$ 151 milhões para fortalecer a atuação da PF com a aquisição de helicópteros e lanchas. Na investigação de crimes contra o garimpo ilegal, a PF agiu com o Programa Ouro Alvo, que ofereceu capacidade técnica no rastreamento de ouro extraído ilegalmente.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, destacou o empenho da PF para ampliar a atuação integrada nas fronteiras. “São mais de 400 operações, mais de dois mil mandados de busca e apreensão cumpridos, várias prisões preventivas e temporárias em todos os estados de fronteira em que nós atuamos. Inclusive, muitas dessas operações com cooperação internacional com os países vizinhos”, acentuou.
Rapidez nas investigações
O tempo médio para a conclusão de inquéritos policiais teve redução de 26%, passando de 621 para 461 dias. Foi registrado aumento de 9% no número de inquéritos instaurados e um crescimento de 14% no volume de pessoas indiciadas, que passou de 38 mil.
“Temos essa cifra muito significativa, de 86% de solução dos nossos inquéritos policiais, quando, infelizmente, a média das polícias judiciárias dos estados não chega a 15% de solução”, comentou o diretor-geral da PF.
Crimes cibernéticos
O Sistema Rapina, desenvolvido pela PF para combater a exploração sexual infantil, está sendo adotado por 12 países e foi disponibilizado para vários estados com treinamento, capacitação e coordenação operacional da PF. O Projeto Guardiões da Infância resultou no resgate de 174 vítimas de crimes sexuais.
Integração via Ficco
As bases da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) passaram de 27 para 33. Elas são unidades coordenadas pela PF que integram as Polícias Federais, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal Federal, as Polícias Estaduais e, muitas vezes, também as Guardas Municipais. Essas unidades registraram 222 operações, retirada de R$ 388 milhões do crime organizado, mais de mil prisões e quase 2 mil mandados de busca e apreensão.
O diretor-geral Andrei Rodrigues resumiu os objetivos da PF para os próximos anos. “Enfrentar a criminalidade com eficiência; servir a sociedade com excelência e transparência; transformar a Polícia Federal em uma instituição orientada pela estratégia e governança; e formar a polícia do futuro, moderna e inovadora”, destacou. O Brasil garantiu representação em 36 países e teve um delegado eleito para a Secretaria-Geral da Interpol pela primeira vez.
PTNacional