Ações dos movimentos do campo fazem parte da Semana Camponesa: “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!”. Foto: Ricardo Marques.

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Após ocupação da Secretaria de Agricultura (SEAGRI), desde o último domingo (20), movimentos de luta pela terra de Alagoas conquistam encontro com o governador Paulo Dantas (MDB), quando irão apresentar o conjunto de pautas e reivindicar o avanço da Reforma Agrária no estado.

A reunião está marcada para esta terça-feira (22), às 14h, no Palácio República dos Palmares, localizado no centro de Maceió (AL). O encontro deve ter como tema central o caso das terras da Usina Laginha e Guaxuma – reivindicação de anos dos camponeses com o estado.

“Levaremos para o governador Paulo Dantas o conjunto de demandas das organizações de luta pela terra de Alagoas, que não são pautas novas, mas já conhecidas pelo Palácio”, explica Renildo Gomes, da direção nacional do MST. “Queremos cobrar o avanço dessas demandas e seguir pressionando o governo estadual para a Reforma Agrária avançar em Alagoas”, analisa. 

Além do MST, participam da mobilização em Maceió a Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Social de Luta (MSL), o Movimento Via do Trabalho (MVT), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento Terra Livre, mobilizando cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras na capital desde o último domingo.

Reunião com governador do Alagoas é conquista da ocupação da Secretaria de Agricultura, em Maceió. Foto: Ricardo Marques.

Entre as principais demandas que os movimentos devem apresentar ao governo, está a cobrança do cumprimento do acordo firmado entre Governo de Alagoas, Tribunal de Justiça e representantes das famílias que hoje estão acampadas nas terras da massa falida do Grupo João Lyra. Acordo previa a destinação das terras da Usina Laginha e parte da Usina Guaxuma para fins de Reforma Agrária, e ainda não foi cumprido.

Processo de negociações foi iniciado ainda em 2015, entre os movimentos, o governo e a representação da massa falida e o Tribunal de Justiça (TJ). Na ocasião, o TJ demandou a desocupação das terras da Usina Uruba, com a justificativa de que a moagem da cana-de-açúcar geraria recursos para o Grupo João Lyra honrar o pagamento aos credores da massa falida.

Como contrapartida, seriam destinados cerca de 1.500 hectares de terra da Usina Guaxuma para que as organizações que a ocupava. Também a Usina Laginha seria destinada para fins de Reforma Agrária Popular – ambos acordos seguem emperrados.

“Nossa luta segue firme para efetivar a justiça social nessas terras e nossa parte estamos fazendo: pressionando o Governo Estadual para que a luta das famílias que vivem hoje acampadas nessas terras possa ser garantida com a possibilidade do assentamento e de vida digna”, explica Marcos Marron, da FNL.

De 2011 a 2014, os movimentos ocuparam áreas das três usinas falidas no estado: Guaxuma, na região de Coruripe, Teotônio Vilela e Junqueiro; Uruba, no município de Atalaia; e Laginha, em União dos Palmares e Branquinha.

Relembre: Sem Terra exigem a destinação das terras do grupo João Lyra para Reforma Agrária

Semana Camponesa

Movimentos do campo reivindicam avanços em pautas estacionadas desde 2015. Foto: Mykesio Max.

A ação em Maceió integra a agenda da Semana Camponesa, com o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!”. Em todo o país são realizadas atividades pautando a necessidade da Reforma Agrária, com destinação de terras para o assentamento das famílias acampadas e o desenvolvimento de políticas públicas para os assentamentos rurais em todas as regiões do Brasil.

Saiba mais: Com mobilizações em Semana Camponesa, MST pressiona por avanços na Reforma Agrária

*Editado por Pamela Oliveira.

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Last Update: 22/07/2025