O Vaticano decidiu remover o menino Jesus deitado sobre um keffiyeh, lenço símbolo da resistência palestina, do presépio exibido na Sala Paulo VI. A mudança ocorreu após a repercussão negativa da comunidade judaica.
Ao divulgar a imagem do presépio, o Vaticano informou que o lenço havia sido acrescentado “de última hora” à obra, feita por artistas palestinos de Belém, na Cisjordânia ocupada.
A inclusão do keffiyeh no presépio gerou polêmica, especialmente entre a comunidade judaica. O presidente da Federação da Amizade Hebraico-Cristã da Itália, Marco Cassuto Morselli, expressou “desconcerto” com o menino Jesus envolto no lenço.
Já o rabino-chefe de Gênova, Giuseppe Momigliano, disse que o episódio é “particularmente inquietante” por ignorar a origem judaica de Cristo.
Por outro lado, o artista palestino Taisir Hasbun, curador do presépio, afirmou que o projeto é uma “ocasião para os cidadãos de Belém [terra natal de Cristo] serem ouvidos”. “Esse é um modo de fazer com que os visitantes presentes na Sala Paulo VI saibam da nossa existência”, explicou Taisir Hasbun ao Vatican News.
Neste sábado, o Israel cobrou o Papa sobre o assunto, ressaltando que o pontífice usa dois pesos e duas medidas para observar os conflitos em Gaza.