No dia 23 de junho, o jornalista palestino Anas Hawari, 28, chegou ao Rio de Janeiro para participar de uma conferência internacional de checadores de fatos, a GlobalFact.
Ao aterrissar no Aeroporto do Galeão, e após funcionária do aeroporto ter visto seu passaporte palestino, ele foi levado a uma sala onde foi interrogado por agentes da Polícia Federal.
Agindo como lacaio do sionismo (e do imperialismo), um agente da Polícia Federal perguntou ao palestino qual era a opinião dele sobre a guerra genocida de “Israel” contra a Palestina.
Essa pergunta, por si só, deixa flagrante que o aparato de repressão brasileiro persegue palestinos sob ordens do Mossad (espionagem israelense) e do imperialismo, especialmente o norte-americano. Para piorar, o agente lacaio do sionismo disse que essa era “a pergunta mais importante”. Antes disto, ele havia interrogado o palestino sobre suas informações pessoas e sobre seu trabalho jornalístico.
Não cabe à Polícia Federal perguntar a opinião de ninguém sobre nada, muito menos a opinião de palestinos sobre o Estado artificial de “Israel” e do sionismo, que vêm promovendo o genocídio de seu povo há mais de um século.
A pergunta feita pelo agente da PF mostra que esse órgão de repressão age como uma verdadeira Gestapo (polícia política da Alemanha Nazista),
Em outra demonstração de que a Polícia Federal está completamente sob o controle do Mossad e da CIA, o palestino relatou que o agente lhe perguntou também “sobre minhas relações com o Hamas”, perguntando se tinha recebido treinamento militar do partido palestino, e se tinha alguma ligação.
Trata-se de clara perseguição política à mando do sionismo: o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), partido que é a principal força popular na Palestina, não é considerado organização terrorista pelo Brasil, e nem mesmo pela ONU.
Assim, mesmo que o jornalista palestino tivesse alguma relação com o Hamas, isto não deveria ser um problema legal no Brasil, e a Polícia Federal não teria que perguntar nada sobre isto, nem sequer interrogar palestinos que chegam ao Brasil, ou que vivem aqui.
É uma perseguição óbvia por parte da PF, estando acima de qualquer dúvida que essa Gestapo brasileira age a serviço de “Israel”, dos EUA e demais países imperialistas.
O caso do jornalista palestino Anas Hawari não é o primeiro caso de perseguição a palestinos no Brasil. Seguem abaixo os casos anteriores, todos denunciados por este Diário:
- Muslim M. A. Abuumar – barrado pela PF no Aeroporto de Guarulhos, e deportado do Brasil em junho de 2024, após o FBI dizer que ele tinha ligações contra o Hamas
- Família palestina (Ghalia Hamad – grávida, Zakaria Ahmed e dois filhos) – barrados pela PF no Aeroporto de Guarulhos em agosto de 2024
- Abdullah Abu Zaid – detido pela PF em Guarulhos por mais de 20 dias, de abril a maio de 2025, sem qualquer justificativa oficial
- Lucas Passos Limas – preso sob acusações falsas pela PF em Guarulhos, é condenado pelo judiciário brasileiro, também com base nessas acusações falsas de terrorismo contra judeus. Está preso há mais de 500 dias, sem quaisquer provas.
Além destes, aqueles que lutam pela Palestina no Brasil estão sendo perseguidos, a exemplo do jornalista Breno Altman, e do Partido da Causa Operária, incluindo vários de seus dirigentes e militantes.
Leia na íntegra o relato do jornalista palestino Anas Hawari, conforme disponibilizado pelo jornal Folha de São Paulo:
“Eu pousei no aeroporto do Galeão, no Rio Janeiro, na tarde do dia 23 de junho. Fui ao Brasil para participar da GlobalFact, a conferência internacional de checadores e fatos, que este ano se realizou no Rio.
Quando passei pela imigração no aeroporto, mostrei meu passaporte da Palestina a uma funcionária.
Ela me pediu para acompanhá-la e me levou até uma sala dentro do aeroporto. Pediu que eu esperasse.
Após alguns minutos, pediu que eu entrasse em uma outra sala. Lá havia várias pessoas. Não me disseram exatamente quem eram. E eu também não perguntei.
Um deles começou a me fazer uma série de perguntas. Ele começou pedindo informações pessoais e sobre o meu trabalho como checador de fatos.
Depois de me perguntar várias coisas, ele disse: ‘Agora vamos para a pergunta mais importante: qual é a sua opinião sobre a guerra entre Israel e o Hamas?’
Aí ele começou a perguntar sobre minhas ligações com o Hamas. Perguntou se eu tinha atuado com eles ou recebido treinamento militar.
Fez inúmeras perguntas sobre minha relação com o Hamas. Eu estava sorrindo, mas de incredulidade. Estava chocado. Eu respondi várias vezes que era só um jornalista e checador, só isso.
Ele pediu para eu esperar um pouco e disse que precisava tirar uma foto minha em frente a um fundo branco. Por um momento, parecia que eu era um criminoso, sendo fichado.
Eu nunca tinha passado por nada parecido.
Uma vez no Rio, minha experiência foi ótima, tirando o fato de terem tentado roubar meu celular. Disseram que isso é bem comum no Brasil. Acho que as autoridades deveriam focar isso.
Até agora, eu não entendo o motivo de me perguntarem todas aquelas coisas e de me tratarem daquele jeito.
Foi uma péssima experiência. Não quero viajar para o Brasil de novo”.