O banco se comprometeu em remanejar parte das trabalhadoras, em especial as mais vulneráveis, que estão próximas da aposentadoria e mães de neurodivergentes e PcDs
Após pressão da Federação Nacional das Associações da Caixa (Fenae), da Contraf-CUT e de entidades representativas de trabalhadores, a Caixa suspendeu o processo de demissão de aproximadamente três mil telefonistas terceirizadas por 30 dias.
A notícia da suspensão foi dada durante reunião realizada na tarde desta quarta-feira (30/4), entre o presidente e o diretor de Esporte da Fenae, Sergio Takemoto e Rafael Castro, respectivamente, a representante eleita pelos empregados no Conselho de Administração do banco, Fabiana Uehara*, e a Diretoria Executiva de Logística, Contratação e Segurança da Caixa.
A reunião contou com a participação do diretor Executivo e do vice-presidente da Executiva de Logística, Glauco Braga Dias e Anderson Aorivan da Cunha Passa, respectivamente, além da assessora estratégica da Presidência do banco, Maria Salete Cavalcanti.
De acordo com o banco, o processo de demissão está suspenso até que seja concluído o estudo que mostre os efeitos da decisão. Para diminuir o impacto social que as demissões causariam na vida das trabalhadoras, o banco se comprometeu em remanejar cerca de 30% das telefonistas para o cargo de recepcionistas.
Com isso, as trabalhadoras que são mães de crianças neurodivergentes e Pessoas com Deficiência (PcDs), bem como aquelas que estão mais próximas da aposentadoria, terão preferência no remanejamento.
Outra medida para diminuir o impacto é que o banco vai firmar convênio com o Sebrae para qualificar as trabalhadoras que forem desligadas, com o objetivo de reinseri-las no mercado de trabalho.
Sergio Takemoto prometeu que, mesmo com a notícia da suspensão, a Fenae e as entidades continuarão cobrando alternativas para evitar as demissões.
“Saímos daqui com o compromisso de que, antes de qualquer decisão, a Caixa vai discutir com o movimento alternativas para que não haja demissão em massa das telefonistas. Entendemos que tivemos avanços, mas vamos continuar atentos para que não haja retrocessos nessas negociações”, pontuou Takemoto.
Para Rafael Castro, as demissões impactam diretamente o dia a dia dos bancários que atuam nas agências, unidades e departamentos do banco.
“Saímos daqui satisfeitos com a notícia da suspensão até que seja reavaliada essa sistemática. Após esse prazo de trinta dias, vamos lutar pela manutenção dessas trabalhadoras, especialmente aquelas que são mães de PcDs e aquelas que estão próximas da aposentadoria”, reforçou Rafael.
A representante dos empregados no Conselho de Administração, Fabiana Uehara, lembrou que as demissões em massa vão contra a missão do banco.
“Essas telefonistas são pessoas que trabalham há muito tempo no banco. Além de tudo, a Caixa é um banco social e temos que pensar na sociedade como um todo”, enfatizou a conselheira.
Novas contratações
Com a pauta da saída das telefonistas e o impacto que seria causado nas unidades, durante a reunião, os dirigentes da Fenae também reforçaram junto ao banco a necessidade de contratação de novos empregados. Principalmente, após as saídas por conta do Plano de Demissão Voluntária (PDV) ocorridas no final do ano passado.
De acordo com as últimas atualizações, o banco precisaria contratar cerca de mil empregados para atingir o quantitativo de saída do PDV.